segunda-feira, 17 de março de 2008

A Poesia Feminina Pede Passagem-Antologia Mulheres Emergentes




Imagens:Capa do livro

A Poesia feminina pede passagem


A Poesia Feminina tem um quê diferenciador que a torna sempre diferente da poemática masculina, mas, ao mesmo tempo, prova que as mulheres são capazes de falar de forma especial sobre as coisas deste velho Mundo mas também as da alma, as do cotidiano.São multifacetadas e têm um olhar agregador.
O escritor e poeta mineiro de Divinópolis, Lázaro Barreto, sempre escreve que "o erotismo feminino tem características muito próprias".É mais sutil e menos pesado.Fica evidente que sabemos o peso exato da tênue linha entre o que é erótico e o pornográfico.Poucas ousam atravessar essa fronteira, embora haja mulheres, quais Leila Miccolis e Maria Limeira (doce "jornalista paraibana"), que tenham a ousadia deliciosa de abrir por inteiro o gineceu de sua floração poética.
Desde Safo - banida para a Ilha de Lesbos - até aos dias hodiernos,sem esquecer Gilka Machado, Pagu e outras igualmente fortes e belas,fica evidente que esse erotismo é antigo, mas se antes fôra tolhido, camuflado, amordaçado, hoje expande-se qual flor aberta ao calor do sol que se entreabriu na madrugada aos carinho do orvalho, o Verbo.

Tãnia Diniz,a organizadora, de há muito escreve haikais fortes e temperados.Líria Porto surpreendeu há muitos com os poemas de seu blog.Não foi à toa que coloquei um de seus poemas picantes em meu blog "Erotíssima",que agrega a verve feminina mas também a masculina e meu próprio gosto pela sutileza dos versos eróticos.Aliás, visitem-no:
(http://www.erotissima.blogspot.com.br)
Bem , a poesia feminina pede passagem.
Andréia Donadon transcende a sensualidade com as cores de sua alma que também habita Deia Leal, a artista plástica que é,Regina Mello é detalhista e delicada ao expressar o sensual .Neuza Ladeira é rasgante e assume a feminilidade,qual em seu "Quarto Dormir, Quarto de Pensar",selo Urbana/RJ, no prelo, prestes ser parido, ou
perola-se, em "Opúsculos" , seu livro de estréia(selo anomelivros), além de ser
fantasticamente incisiva em "Os Comedores de Sonho", em fase final de editoração, e que tive a responsabilidade de prefaciar.
Iara Alves , que conhecemos já de D'Versos , faz das vivências femininas um grito libertário.A jovem Karina Campos Araújo, filha e sobrinha de poetas, assume para si, em TOTEM , o tracejar dos traços femininos.

Ainda não tive o livro nas mãos, mas estou ansiosa para conecer as demais poetisas (gosto desse feminino , mais que de poeta.Conforme digo num poema, "poetisa rima com sacerdotisa".Do verbo.



Abaixo repasso a página do Jornal Aldrava, a respeito do lançamento da antologia Mulheres Emergentes, organizado pela editora e haikaista Tânia Diniz.
Sinto-me nela, em muito boa companhia, conforme citei acima:além da Governadora do inBrasci em MG,Andréia Donadon (que em abril será empossada na Academia de Letras do Rio de Janeiro), também a jornalista Brenda Marques Pena(Presidente do Imersao Latina e baterista da Banda Caution), a aquarelista Neuza Ladeira,Regina Mello(Diretora do MUNAP e coordenadora do Galeria da Árvore),todas Poetas del Mundo e Cônsules,Iara Alves,Conceição Parreiras Abritta (da Academia Municipalista Feminina de Letras em BH e Presidenta da UBT/BH), Edinéia Alves (Betim), de quem tive o prazer de prefaciar seu "Beijo de Lua",Karina Araújo Campos, minha linda norinha ,Administradora do "Semear Saúde" e estudante de Psicologia na FUMEC,Líria Porto (que comigo também está no D'Versos, antologia em prol do "Alô Vida", conhecida pelo erotismo de seus versos e pela linguagem sugestiva e sintética),Stella Machado(de Juiz de Fora, autora de "Galeria",selo ME)e as outras mulheres talentosas, em breve, as lerei.E poderei dizer algo mais a respeito.
Confira as autoras no rol abaixo!

O pré -lançamento será no Letras e Ponto, na Savassi, dia 24/03 às 19 horas 9veja o convite).O espaço foi cedido pela poeta Dagmar Braga, também integrante da antologia.

Um lançamento , a meu convite,será no restaurante D.Preta, no Ipiranga, em data a ser marcada.Nessa ocasião, Brenda Marques e eu estaremos conjuntamente, lançando também a antologia "Mulheres no Banquete de Eros", selo aBrace,Movimento Cultural Brasil-Uruguai,que represento em MG.Também o lançaremos em maio, em Natal, RN, onde acontecerá o Congresso Internacional de Poetas del Mundo e Brenda os levará ao Chile .Mas antes, dia 27, estará no Sarau do Centro de Cultura da Lagoa do Nado (Fundação Municipal de Cultura),em performance com poemas do "Mulheres no Banquete de Eros. este já foi lançado previamente na grande Feira Internacional de Livro em La Habana, (Havana), Cuba, neste mês, pelos poetas e editores Roberto Bianchi(UY) e Nina Reis (Brasília,DF, Br).

Tânia Diniz também informa que
haverá outro momento no Terças Poéticas, sob a curadoria do Poeta Wilmar Silva.

Nossa querida amiga Leila Miccolis , poeta e atriz, divulgadora cultural (leia-se Blocos Online) e a Profa.Constância Lima Duarte, da UFMG, tecem abaixo seus valiosos comentários a respeito da antologia confiram.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Poeta Honoris Causa pelo CBLP e Diretora regional do InBrasCi em Belo Horizonte.
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As autoras:
ana carol / auxiliadora de carvalho lago / andreia donadon leal - mariana, mg / beatriz amaral -sp / brenda mars - brasília, df / clevane pessoa de araújo / conceição parreiras abritta / dagmar braga / débora novaes de castro - sp / djanira pio-sp / daris araújo - m claros-mg / edinéia alves/ eliane accioly fonseca - sp / elizabeth gontijo / elza ramos amaral - sp / france gripp / graça graúna-recife-pe / graça rios / iara alves / ivete walty / karina araújo campos / leticia naveira - sp / liria porto / lívia tucci / lúcia daniel-paris-frança / lúcia serra / maria lourdes hortas-recife - pe / marina silva / micheline lage- timóteo-mg / mônica anspach - sp / nazareth fonseca / neuza ladeira / raquel naveira - sp / regina mello / silvana pagano / silvia anspach-sp / simone neves / stella machado-juiz de fora-mg / tânia diniz / tânia pagano / vera casa nova

Comentários de Leila Miccolis,Constância Lima Duarte e Tânia Diniz.

"Mulheres Emergentes não nasceu hoje. Acompanho o trabalho do ME desde o início, e talvez seja por esse elo de ligação que eu tenha sido convidada a escrever sobre ele, e que eu esteja aqui-e-agora me desempenhando de tão agradável tarefa.
Impossível, porém, enfocar o meticuloso trabalho do ME, sem primeiramente falar de quem o criou com toda dedicação, garra, coragem, resistência e amor à literatura: sua mentora e editora Tânia Diniz. Escritora sensível, Tânia muitas vezes deixou de lado a própria carreira, para levar adiante seu projeto ideológico de abertura de espaços, o que conseguiu não só através dos autores que publicou, como também pelo formato escolhido da publicação inicial – cartaz –, que possibilitou uma maior penetração em exposições, lugares públicos (praças, teatros, colégios), e, emoldurado como painel ou quadro, também em escritórios e salas-de-estar. Leia-se: em paredes nunca d'antes navegadas pela poesia.
Logo após, acompanhando seu tempo histórico (1989), Mulheres Emergentes, em época de abertura política, ampliou horizontes do mercado cultural, mantendo-se fiel aos seus alicerces, sem cair na tentação de desviar-se para construções mais fáceis: até hoje, mesmo com parcos recursos de patrocínios, e com todos os obstáculos encontrados pela frente, mantém sua integridade, retidão, e rota firme, tendo reconhecimento inclusive fora do país, através de suas quatro antologias internacionais.
Posso dizer, sem receio de errar pelo excesso, que Mulheres Emergentes alcançou um feito nacional raro: obter sucesso, sem descaracterizar sua feição originária e original. Entretanto, o que me sensibiliza e me toca ainda mais profundamente, é o ME orgulhar-se de ser uma Editora Alternativa (exibindo tal característica em seu nome), em meio à quase totalidade de editoras de médio porte, que, exclusivamente comerciais, valorizam muito mais o lucro do que a literatura que veiculam. "Alternativas", para quem as vivencia conscientemente, significa solidariedade, raça, interatividade, criatividade e uma postura diferente da usual, de "querer levar vantagem sempre, em tudo".
Por tantas e todas essas diferenças, Mulheres Emergentes se distingue, se sobressai no panorama cultural do país nesses dezoito anos de atividades, oferecendo a doçura de seus belos frutos e o abrigo de sua frondosa copa à Árvore do Saber.
Leila Míccolis
Escritora de livros, tv, teatro e cinema, e co-editora de Blocos Online.
***
"Mulheres Emergentes chega à maioridade
Desde quando surgiu, no finzinho da década de 80, Mulheres Emergentes foi um sucesso. A novidade de seu formato tipo cartaz contribuiu para destacá-lo das demais produções e lhe dar um destino diferente após a leitura: ao invés de guardado em estantes, era exposto e cumpria, assim, seu destino de 'mural de poesia'. E tornou-se comum encontrá-lo em vitrines de livrarias, emoldurado nas residências, fixado em paredes de bibliotecas e faculdades. Como predominavam poemas que falavam abertamente de amores feitos de carne e paixão, logo ganhou o apropriado subtítulo de "o sensual em cartaz". Nos anos 80, não custa lembrar, as idéias feministas estavam em pleno vigor, e reafirmavam que as mulheres deviam viver plenamente suas vidas e sua feminilidade. Além das muitas vozes femininas, inúmeros homens sensíveis aos novos desejos, e ávidos por um novo espaço, também acudiram ao chamado.Mas Mulheres Emergentes era muito mais que apenas um mural de poesia. Era, na verdade, um projeto de vida de sua idealizadora – Tânia Diniz, a mineira de Dores do Indaiá, que desde então tem seu nome inscrito em nossos corações e em nossa história cultural. A luta empreendida para viabilizar cada edição, a busca incessante de apoio junto aos poderes públicos e privados, e o apelo, carinhoso e firme, para que mais e novas autoras e autores partilhassem de sua busca da Poesia, é sem dúvida louvável. Tânia criou um espaço mágico que aglutinava poetas, independente de serem conhecidos ou principiantes da arte literária, e que a cada edição ampliava seu círculo, alcançando mais e mais pessoas, novos países, e uma repercussão inusitada. Outros produtos surgiram na esteira do mural – como a editora, os concursos internacionais, os calendários, prêmios, antologias, coleções –, sempre com a competente marca Tânia Diniz.
O título – ME – foi tomado de empréstimo ao livro de uma conhecida psicoterapeuta americana de enorme sucesso na década de oitenta. Natalie Rogers acreditava no poder da manifestação artística como parte do processo terapêutico, e sua obra promovia o auto-conhecimento através da liberação criativa e emocional. E foi bem isso que Tânia Diniz realizou através das edições do ME. Ao estampar – em alto e bom som – tantas promessas literárias, tantas confissões da intimidade, o Mulheres Emergentes consolidou a auto-estima de jovens poetas, e liberou, pela verbalização, muito da sensualidade feminina. Para Tânia, a poesia se encontra em todo lugar e em todas as pessoas, não importa se professor, estudante, jornalista, advogado, dona-de-casa, enfermeiro ou médico; muito menos a opção sexual ou a cor da pele. Só importa o poético, a busca da Arte, o encontro com o Belo.
Para comemorar os 18 anos de seu projeto, a editora nos brinda agora com esta antologia que reúne uma representativa amostra de poetas e contistas garimpados ao longo dos anos, cuja ênfase continua sendo o feminino, a palavra bem lavrada, o delicado traço das ilustrações. Nós, seus leitores e leitoras, agradecemos.
Constância Lima Duarte – Profa. UFMG"
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"Alegria e orgulho foram as palavras que alimentaram, e alimentam, minha paixão pela Arte e a Poesia nesse tempo todo em que me dediquei integralmente a elas. Desde o momento em essa paixão superou a timidez que a oprimia, pude perceber melhor que minha vida sempre se confundiu com a poesia, e deixei-me levar por ela. E tal foi a entrega que, imediatamente, comecei a criar de todas as maneiras e com o grande objetivo de atingir o público, de atrair novos olhares, de criar vieses que mais seduzissem, de conquistar novos adeptos. Publiquei poemas, contos, livros pessoais e de outros autores, criei o mural poético Mulheres Emergentes (1989) e sua conseqüente editora, superei todos os obstáculos inerentes – e continuo superando – e obtive sucesso, vitórias maravilhosas, até as inesperadas. E com tudo isso, veio-me o desejo de festejar, e organizei Concursos Internacionais e inúmeros outros eventos, inclusive algumas Coleções de poetas. E agora, essa Antologia ME 18, com a bela capa da mineira artista plástica Selma Weissmann. Assim, o objetivo da Antologia é agradecer e comemorar. Inclusive a vida, já que venho de uma grande vitória na luta pela saúde. E o apoio de todOs os autores (sim, porque os homens são grandes incentivadores e também participantes do mural ME), colaboradores sem os quais meu trabalho não teria sentido, e fazer dela uma pequena mostra dos objetivos que sempre nortearam minha paixão: publicar poetas conhecidos, contemporâneos ou não, descobrir poetas novos, os inéditos, os tímidos ainda na gaveta, ilustradores, enfim, todos os artistas que me permitem esse " garimpo" e seguem comigo as trilhas que buscam o público.Para maior felicidade, essa Antologia ME 18 traz um fato inédito: três filhas se juntam 'as suas mães poetas no ofício da escrita! São Raquel Naveira e sua Letícia, Elza R. Amaral e sua Beatriz, e eu mesma, Tânia Diniz, e minha amada Ana Carol, a primogênita, que começa a se aventurar nos minicontos. Outra coisa, é o fato de mostrar a diversidade do ME e assim teremos poemas, pequenos contos e ilustrações.E uma amostra mínima , do mapa nacional e internacional, de onde circula nossa poesia ME!
Então, maioridade conquistada, um brinde 'a longa estrada que se descortina!
a editora"

Fontes dos comentários e da lista de autoras:Jornal Aldrava,Tânia diniz.

Pré-lançamento ANTOLOGIA ME 18

DATA: 24 DE MARÇO DE 2008, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

HORÁRIO: 19h