terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

"The Little Hunter", de Analua Zoé, inspira poetas.


Sou convidada a aprticipar de uma bela ciranda, onde a inspiração deve partir de uma tela , da Analua Zoé...

Interessante verificar o quanto mil poeta haja, mil modos de dizer as coisas...Por isso, menosprezo os covardes plagiadores:a criatividade é ilimitada e renovável, peculiar e bela.

Essa ciranda, está originalmente, em "ECOS DA POESIA"(coordenado por Victor Jerônimo e Mercedes Pordeus, a quem a artista cedeu a imagem, para esse fim.Eis os produtos poéticos e seus autores:


MENINO DE RUA

É preciso lutar,
É preciso ter garra,
É preciso viver!

E o pequeno herói
leva pra casa o produto
de seus esforços

Há irmãos, irmãs
e m~e doente
esperando por ele...

É preciso lutar
todos os dias,
semana à semana.
É preciso ter garra,
não temer o escuro da noite,
nem o sol do meio-dia.

A vida é presente de Deus,
o viver é sabedoria do homem.
É preciso viver !

Maria Luísa Amorim.




CRIANÇAS: UMA REALIDADE
De: Reinadi Rodrigues Sampaio (eu flor-caminho só).
Para a Tela: THE LITTLE HUNTER / ANALUA ZOÉ


Falar de crianças sorrindo?!!
Felizes?!! Amadas?!! Estruturadas?!!
Onde ficam nossas consciências?
Ao tentar camuflar a dor,
A vergonha, a lama, que envolvem estes seres
De sorrisos estampados nos lábios,
Num olhar triste, vago,
Quando se deparam com vitrines
De seus sonhos enfeitados?
De carrinhos manipulados
Na credibilidade dos seus desejos e anseios,
Que percorrem livres nos pensamentos
Caminhos sem obstáculos: o mundo das fantasias.
De bonecas ricas, bem vestidas,
De cabelos loiros, fartos.
De dentes perfeitos; sem caries.
De aviões que os levam de um ponto a outro
Dos seus universos imaginários,
Num vôo das ilusões... Das perfeições
Vôos que se tornam frustrante,
Pois ao aterrissarem, a realidade é outra:
Um mundo em desequilíbrio
De máquinas perfeitas, manipuladas por homens,
Que elas não escolheram e que as fazem, crianças excluídas.
No entanto, no contexto da dor,
Da fome, do frio,
Dos maltratos, da miséria,
As matem inseridas.
É muito fácil fechar os olhos da alma
E falar de crianças sorrindo,
Em casas com mesas fartas,
Acolhidas em camas limpas
Cercadas de amor dos pais
Irmão, “Tios” e “Padrinhos”,
Sem pensar nas nossas crianças,
Nas favelas das grandes cidades,
Envolvidas no trafico e trafego,
Das drogas nos viadutos, nas ruas,
Nos becos imundos dos baixos meretrícios
Onde não só as mães se “vendem”
Em troca de um pedaço de pão.
São mães “compradas” nas eleições,
Por um “vale gás”,
“Vale escola”,
“Vale medicação”,
“Vale cesta básica”,
“Vale transporte”,
Vale corrupção.
Vale submissão.
Vale escravidão...
Ó Crianças!!!
Crianças do mundo inteiro!!!
Crianças do meu País!!!
Busquem as vossas liberdades,
Naquilo que lhes é inato ou adquirido (se conseguirem):
Vossas sabedorias,
Vossos maiores legados,
Pois não existirá corrupção capaz
De submeter vossas consciências,
Ao submundo das ilusões...

Cruz das Almas, 23/11/2007.




POBRE MENINA !
Socorro Lima Dantas

Diante de do palco da vida
levantei as cortinas,
viajei pelo túnel do tempo,
desnudei a alma !
Revivi a minha menina-criança,
senti o sabor do tão marcado passado
da pureza,
da inocência,
das incertezas e interrogações.
eis a minha vida !?
O que fazia a minha criança naquele tempo ?
Por que eu me sentia tão desarrimada,
indecisa, melancólica e tão só,
no meio de uma estrada...
Diante da vida que estava a prosseguir ?
Ah, esta era a minha criança valente !
Seguia diante do desconhecido,
descobrindo rios e uma floresta quase encantada,
onde só distinguia o céu azul, e a vontade de avançar...
Pés descalços, roupa amassada, olhar cabisbaixo,
fui caminhando em meu sonho infantil...
Acordei, com a respiração ofegante,
tudo não passou de um sonho de criança,
que carregava as incertezas e o medo do amanhã,
diante do palco da vida que estava a surgir !

Pobre menina !

Recife/PE
22/11/2007




MENINO PINTADO A ÓLEO
Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros
Às 23 h e 1 min do dia 23 de novembro de 2007 do Rio de Janeiro,
especialmente para " As letras da Pintura "do Grupo Ecos da Poesia "



Não sigas os teus olhos, menininho...
Com eles só enxergas solidão,
Miséria, fome e medo no caminho
Que pisas, distraindo o coração.

Cresceste, menininho... em tristezas,
Em mágoas, sofrimentos, amargura,
Teu mundo é repleto de incertezas,
Mas teu olhar é feito de ternura.

Tantos meninos dormem numa tela
Pintada em tinta a óleo ou aquarela,
Mas suas formas ganham movimento,

Quando, dentro da tinta colorida
Os olhos de um menino ganham vida
Quando há em quem os olha... sentimento.





DIAMANTE SOLITÁRIO

Na poeira da estrada se vai o poema,
na poeira da estrada vai o menino,
diamante solitário,
moribundo esquecido do mundo.

Discorre o poeta mergulhado em tristeza,
duas aves em suas mãos,
serão levadas a sua mesa,
mas não há mesa, nem cenário,
não há comentário,
somente um céu que não é azul
e o diamante solitário
como que absorto em sua própria tristeza,
sem as malícias cotidianas, nem as manobras mundanas,
ecoa seu pranto calado, por entre as brumas
da solidão.

Diamante solitário,
sem pecado, nem perdão, a pátria o renegou,
aos caminhos da solidão,
e seu olhar de tristeza, ainda espera
e esperança, na escola, na cidade, nas vitrines
onde brilham os diamantes e outras variantes.

Paulo Cézar Santos Melo – poeta.

Brasileiro, Baiano de Cipó-Bahia, autor dos Livros de Poesia: UM POUCO DE TUDO(1998), IMPRESSÕES DIGITAIS (A Publicar), ESTALOS NO SILÊNCIO (A Publicar)

(dedicado a " The Little Hunter" de Analua Zoé, no cenário As Letras da Pintura Nº 2 do Grupo Ecos da Poesia)




Inocente Caçador


O que indagas, meu menino, com este ar de compaixão?
És ingênuo, nada sabes, eu te contarei, embora, em vão.
És órfão de mãe viva...cujo nome é Vergonha, irmã da Decepção
Ela te largou ao abandono, assim, sem nenhuma explicação..
Foi-se ao encontro do teu pai, chamado Desamor, irmão da Incompreensão

Desta família, descendes, portanto, sem solução.
Enderêço, não tens...estás em todos lugares...
Como a Omnipresença Divina, pedindo por atenção
Se possível fosse, Ele te levaria, para a eterna mansão...
Mas deve ter um propósito, pois sabe de tua consternação.
Refletes, aos olhos do mundo, o resultado da ganância, do egoísmo,
tua imagem nos induz à profunda reflexão

Tenho a dizer, que possues um sem número de irmãos
Nascidos dos mesmos pais, com a mesma tradição
Crianças que em nosso mundo
Sofrem, como você, o crime de ter nascido
Pena tão dura... e sem redução
Meu amado menino,
Deixe que eu te diga
Por pior que seja, prossiga ...
Breve encontrarás o caminho que o levará ao paraíso
E lá encontrarás o carinho, o amor e a alegria, a te esperar com um sorriso
Dizendo ...seja bem- vindo, ....filho do Desamor !

Maria Luiza Bonini
São Paulo - SP - Brasil




Poema

caem
as palavras precisas do poema
perante a tela
e muda, muda, muda
é a cor do sonho.
perco as palavras
na tristeza inscrita
no anel dos olhos
que teu silêncio grita.
meu menino
de gesto puro
de fresca desventura
que mata caça
caça mata no bosque dos medos
onde o céu caíu
sem advinhar o teu nome.
meu menino
mata caça
caça mata na sílava visível da fome.

Ísis ( Teresa Gonçalves)






DOCE VIVER
Neida Wobeto


Busco a pureza perdida
na estrada do viver.
Quero a beleza da alma pura
e só percebo a solidão do Ser Humano.
Nossos sonhos
perderam-se na curva do sonhar.
Perdi a inocência
e procuro-a no meu semelhante
e só encontro a necessidade
do devir humano
que quer apenas voltar ao SER.





PEQUENO CORAÇÃO CAÇADOR



Na face miúda e sofrida
um olhar de esperança,
trilhando as estradas da vida
caminha um coração de criança.

Tão frágil e inocente,
de pés descalços sobre o chão,
segue em busca de um futuro decente
e procura a paz para sua Nação.

Pequenino e mal tratado,
vai caminhando o pequeno caçador,
com o seu corpinho despojado
exposto à fome e à dor.

No peito, as marcas da dor
machucam seu pequenino coração,
que sente fome de amor
e luta por um pedaço de pão!

Socorrinha Castro ( Florzinha )
JP - PB - Brasil




O PEQUENO CAÇADOR
Efigênia Coutinho

A vida não é completamente boa, nem
completamente má! Há um moleque que
todos os dias vai caçar para sua fome matar!
Ah! Deus proclama para anjos entoarem!

Seus olhos em pranto na mão gelada
carrega seu trunfo, querendo dar adeus
ao mundo da dor que lhe prende a vida!
Numa tímida oração, suplica por Deus!

Ó Deus Cristão, triste e cruel verdade,
acolhei está imagem de piedade...
Aquele olhar tremendo, fitando o Futurecer!

Não perscruteis o caçador se o seu dever
a mando foi cumprido. Na tela pintada por
Analua Zoé tentei compor, também eu,o meu dever.

Novembro 2007

Poema para o evento
" As Letras da Pintura", N-2





MENINO CAÇADOR
Paulo Gondim
25/11/2007

Corre o tempo, corre o vento
Corre a nuvem, corre o mar
Corre o menino no mato
Corre o menino a caçar

A vida parece ingrata
Corre o menino da fome
Corre o menino na mata
No medo que lhe consome

Na duvidosa corrida
Tanto corre, como indaga
Por que tanta diferença
Tanta guerra, tanta praga?

E o tempo do menino
Já não passa devagar
Tão cedo se atira ao mundo
Pois é preciso caçar

E o menino caçador
Só tem tempo pra caçar
Não tem sonho, não tem vida
Nem sequer pode brincar...





Humanizar...


Oh! Olhares que vida da Natureza cega
Com ciscos da incompreensão enegrecida
Despida pelo sol que a inverdade agrega
Crueldade nas retinas da alma infanticida.

Algozes dos viveres que a pena segrega
Fileiras esquálidas da miséria combalida
Do ser dito famulento que a dor prega
As modorras inglórias. Bradarei a vida!

Que a aurora faculta mortificar noite dia
Cegos que se escondem enganando porvir
Das luzes agregadas nas hastes da Poesia.

Haveres computando versos tende argüir
Aos esconsos que hibernam na desarmonia
Refloresça amor!Senso de a aura ressurgir.

Deth Haak
“A Poetisa dos Ventos”

Deth Haak
Cônsul Poeta Del Mundo – RN
SPVA-RN
AVSPE
UNEGRO





Menino Bonito


Menino Bonito que está ferido
Rosto doído de sonho perdido
Teu ar de sombra não vê o sol
Anda só, de mãos sem paiol.

O rosto cansado, velho, surrado,
Marcado de dor e de atroz descaso
Vazio vaso, pé descalço, de aço,
Pisa o cansaço, lambe o mormaço.

Da tarde vermelha de chão,
Sem abraço, sem nexo só leva inchaço.
descompasso de pão, feijão e nação;
Não tem surrão, tem muita precisão.

Ah! Menino Bonito, em formação.
Perdoa o pelotão de ouro frio.
De vazio coração, olhar tão oco.
Pouco lhe estende a mão no aniversário.

Menino dessa estrada poeirenta
Violenta; sua vestimenta é dor.
Clamor, de tristeza o suor degusta.
E o nada, o sal, pede apenas amor.

Menino, belo Menino Bonito.
Faço desse escrito, alerta, o meu grito.
E te felicito a coragem e a vida
dormida na esperança de mudança.

Marlene Vieira Aragão

www.marlenevieiraaragao.prosaeverso.net

mvieiraa@ig.com.br

mvieiraa@marlenevieiraaragao.prosaeverso.com.br






DESALENTO ...
Nídia Vargas Potsch

“Tô cansadu!”
“Mas tem que andá mais légua e meia”.
“Meus pé tão dueno, tô cum fome!”

Assim vai o pequeno menino caçador,
cansado da lida, da mesmice,
com desânimo nos olhos,
que suplica por piedade, socorro,
mas ninguém acode ...
O que sabe ou entende ele da vida?
Segue o rumo traçado carregando a poeira
de mil anos, pés doloridos, feridos, desalentado ...
Uma criança que amadureceu sem crescer,
com bolhas nas mãos, calo nos pés,
bolhas, calos e poeira vermelha na alma infantil ...
Sacrifícios lhe são impostos
e ele os cumpre sem indagar o porquê.
Sabe apenas que têm que fazê-lo,
pelos outros da família e por ele próprio ...
Um pequeno caçador valente, guerreiro!
E se lhe perguntam o nome, logo diz:

“Quem? Sei não sinhô” ...
“Meu nome? Menino!”
“Me chamam de Menino!”
“To levanu pro mode da gente cumê” ...

Rio, 25/11/2007

www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca2/nidiavargaspotsch.htm





A Estrada da Miséria
(Janieth Costa Monteiro)


No fundo o azul
Misturado ao verde da mata
Ao vermelho da Terra
Cheia de Pó
E, também, de dó

Por Deus,
Tenho certeza,
Que essa pintura
Quizera ser de outra forma
Sem o pó
E sem o escuro da dó.

O amargo
Num rosto de menino
De corpo criança
Coração de um anjo
Que tem a esperança
De saciar quem tem fome.

Se nessa mistura do artista
Tivesse mais cores e brilhos
Pra iluminar essa estrada
Pra esse menino
Que ta coberto de pó
E, também, de dó.

Pra esse menino
Cheio de força
Que pensa na mãe
A espera do alimento
Arrastado pelas mãos
Pra colocar na boca
De seus outros irmãos


Mesmo que esse menino,
Cheio de força
Encontrada na fome
E na miséria,
Não importe com a estraa
Que é coberta de pó
E, também, de dó.

Mas esse menino acredita
Que, um dia,
Essa mesma estrada vai virar
E levá-lo,
Junto com sua família,
Pra um outro lugar
Onde não exista
Esse pó
E nem essa dó.




O PEQUENO CAÇADOR
Adelina Velho da Palma


És tão pequenino
Criança é assim
Mas ficas estranho
Nesse teu tamanho
Caçador mirim!...

És tão pequenino
rude querubim
Mesmo emancipado
Sujo e esfarrapado
Olhas para mim…

És tão pequenino
Mas já sabes tudo
O que é importante
E com desplante
Vejo e não te acudo...

És tão pequenino
Mas caças sem medo
Fazendo-te à vida
E eu foragida
Passo e não sucedo…

És tão pequenino
Mas manténs-te firme
Pronto a atacar
E sem me tocar
Consegues ferir-me…

És tão pequenino
De saber medonho
Vences o perigo
Mas teu inimigo
É teu próprio sonho….

És tão pequenino
Mas és bem maior
Que o mundo onde existes
E em teus olhos tristes
Lê-se um vencedor




SEXTILHAS DA SOBREVIVÊNCIA


No seco caminho de terra
Só o triste e maltrapilho menino é molhado
Pois a fome e a desolação entraram na cratera
E o futuro do crescimento permanece ilhado
Na esperança da caça na primavera
Ou na proteção quente de um forte telhado

Pega menino, teu alimento
Que caiu do céu como chuva passageira
Quem sabe, crescendo, teu pagamento
Será encontrar comida na lixeira
Ou talvez, com sorte e maior fundamento
Possa sair desta triste ribanceira
Que tu insistes em sobreviver.

Alma Collins




O presente


Crianças que cedo precisam
contribuir, prover o lar,às vezes sem teto, pelas estadas,
ás vezes quase nuas, coitadas,
expostas a calor e chuva,
brincam talvez de adultos...
Mas ser grande requer tanta luta,
e as armas das crianças são apenas
fantasias de ser, estar,conseguir...

Certo dia, vi um sorrido maroto, orgulhoso e cansado também
de um menininho, ao entregar à mãe
duas galináceas
surrupiadas de algum quintal:
-"Olha mãe, para a canja do seu resguardo".
A mãe, barriga em plenilúneo, sob esfarrapado avental,
de cócoras no canto do casebre,
desndou a chorar...

Clevane Pessoa de Araújo lopes
Novembro de 2007






CRIANÇA SEM MUNDO
© Ferdinando

Dias de angústia urzes na escuridão,
palco onde as crianças
desnudadas caminham pelas ruas
sem casa, sem pais, e sem amor.
Paredes tingidas de rubro!...
Sangue inocente que corre na berma.

Filhos do nada e de ninguém
na incoerente prole incendiada...
como o ritmo do mar entre os rochedos
falando ás gaivotas do sol que não nasce...

E as estrelas que correm no asfalto frio
nas manhãs incompletas de sonhos,
terão amanhã a fogueira aliciante da verdade
nas primícias gritantes, de um sol ridente

Germany 26-11-07






NOBRE CRIANÇA POBRE


Acredita mais na vida
carregando sonhos na mão
nesta quase sobrevida
seu sonho é o seu pão

Sonhos de criança
estes não conhece
nasce sem esperança
e sem sonhar cresce

Vive de migalhas
e ainda consegue sorrir
desconhece as muralhas
que lhe nega um melhor existir

Sua felicidade tem o seu tamanho
e porque não sonha, nada cobra
sua vitória é garantir o pão ganho
se dá por feliz com o que lhe sobra

Pobre criança pobre
maltrapilho de pés descalço
ainda que nada mais lhe sobre
tem a força para viver num mundo falso

Célia Jardim




A solidão anda me escravizando
me assustando
muitas vezes me deixando a beira do abismo
do silencio ensurdecedor
que me arrasta como molambo
pelo vale de lágrimas cristalizadas.
Onde estás, mãe?
Que te abraço e não te alcanço?


Regina Mello nov.2007




FILHO DA TERRA BRUTA
Sueli do Espírito Santo


Caminha com os pés descalços
a sua caça pesando nos braços
todos os dias nessa mesma luta
para garantir a sua subsistência
já nem sabe o que é inocência
pois que é o filho da terra bruta

Sem um sorriso, sem brincadeira
precisa viver de qualquer maneira
sem sorte... trilha a rota do perigo
sozinho... sem um anjo protetor
nem sonha um futuro promissor
em um mundo que não há abrigo.

http://www.sue2001.recantodasletras.com.br







Valente caçador!!
rebeca pilenghy pereira

Vê-se na tela dura realidade
Tão bela exposta com suas cores
Nos faz sentir a triste realidade
De nosso Brasil e seus horrores...

Segue a estrada um nobre pequenino
Que desde cedo já está na luta
Tão responsável valente menino
Tem passos curtos de tanta labuta!

Os pés descalços machucados vão
Em caminho íngreme na terra vermelha
Dar alimento aos que em casa estão
Carregando os patos em mãos parelhas!

O caçador enfrenta o sol ardido
Pele morena e cabelo ao vento
Coração forte e destemido
E no olhar um triste lamento...

Que pensa ele desse seu viver?
Com outras bocas a alimentar!
Ou esse tempo que o faz sofrer,
A fonte de sonhos se fez calar?

Quantos meninos como este hão,
A percorrer destemida jornada...
Há injustiças em nossa nação
E os governantes não fazem nada!

O coração não segura a dor
Quando a imagem o grito transcende
Quem neste mundo fará com tanto amor
Este menino sorrir de contente?

Não só nos lábios mas no coração
Tão destemido, valente e maltratado,
Dar a família a sustentação,
E ter a mesa o alimento sagrado...

O dia-a-dia envolto de breus
Que lhe garantam tranqüila morada
Amar a vida e em pensamentos seus
A fonte dos sonhos ser renovada!!!




Pequenino Hunter!
isabel Sprenger Ribas.


O que se faz, menino,
para que a curvatura de seus lábios
tenha um formato de sorriso?
O que se faz para que o ermo em que habita,
nesta distância, nesta desdita,
retire do céu um pouco de cor
e compense o seu olhar?
Envelhecido olhar, com o amor
que os Homens de uma sociedade
não lhe podem dar...
O que se faz, quase criança,
para que as aves que leva na mão
tornem-se vivas... E com elas possa brincar,
correr... E possa viver,
pequenino Hunter?
Sem ter jamais que sofrer pela mãe inválida,
pelo irmão moribundo, pelo pai alcoolizado?
Por tudo que toca tão fundo as suas andanças
e faz destes seus passos, neste pesinho cansado,
a própria incerteza de um caminhar?
Que se faz?

Dedicado à pintura de "The Little Hunter" de Analua Zoé.



A Estrada da Fome.
(Sávio Assad)


Estrada longa que marca meus pés
Eu andarilho sem destino e família
Sofro com a fome roendo meu estomago
E a consumir minhas carnes.

Carrego no meu pensamento triste,
Minha experiência de vida amarga
Como fel a destruir minha infância,
Já tão perdida, como esta estrada.

Recolho migalhas ao longo, para matar
Minha fome e já caminho sem forças.
Nas mãos calejadas pelo curso
Ainda consigo a caça e a sobrevivência.

Estrada que não tem fim.
Encontre um desvio e me desvia o pensamento
Amargurado do novo amanhecer, veste meus pés
De relva e borda um sorriso em meus lábios divino.

Niterói - RJ - 26/11/2007

O presente



O presente


Crianças que cedo precisam
contribuir, prover o lar,
às vezes sem teto, pelas estadas,
às vezes quase nuas, coitadas,
expostas a calor e chuva,
brincam talvez de adultos...
Mas ser grande requer tanta luta,
e as armas das crianças são apenas
fantasias de ser, estar,conseguir...

Certo dia, vi um sorrido maroto,
orgulhoso e cansado também
de um menininho, ao entregar à mãe
duas galináceas
surrupiadas de algum quintal:
-"Olha mãe, para a canja do seu resguardo".
A mãe, barriga em plenilúneo, sob esfarrapado avental,
de cócoras no canto do casebre,
desandou a chorar...

Clevane Pessoa de Araújo lopes
Novembro de 2007

(Faz parte da ciranda cuja inspiração é um quadro de Analua Zoé :http://ecosdapoesia.net/letras/analua_zoe/bloco2.htm)

Luiz Lyrio comenta Mulheres de Sal, Água e Afins.



AS MULHERES DE CLEVANE



Como contista, Clevane Pessoa cria, encanta, excita e extasia, Ela nos proporciona uma ficção que nunca dantes navegamos e que é enriquecida por uma língua brasileira manejada de uma forma delicadamente dura que se mescla com uma feminilidade que parece ser privilégio exclusivo da autora.

Mulheres de sal, água e afins nos faz viajar do belo e sensual inspirado por uma nuca feminina (Ah, como nos excita uma nuca de mulher! Especialmente, quando ela se vira e seu rosto não nos decepciona...) ao trágico da violência contra a mulher, tão primitivamente comum e deprimente na sociedade contemporânea.

No seu livro, Clevane nos mostra a alma feminina sob vários ângulos, nos presenteando com uma sensação de extrema sensualidade contida até nos gomos de uma pokâ, essa fruta que, até há pouco tempo, eu só associava aos ataques cruéis em que espremia o sumo da sua casca nos olhos dos coleguinhas ou às guerras onde atirava as cascas em meus oponentes. Confesso que, em minhas brincadeiras de adolescente, nunca imaginei que uma pokâ... Bem, mas este é só um atributo com o qual a escritora encanta e seduz os leitores e leitoras de Mulheres de sal, água e afins. Romântica, possuidora da imaginação fértil que deve ter todo grande contista, Pessoa viaja maravilhosamente bem tanto na mais pura fantasia, quanto na realidade nua e crua dos contos que retratam realidades do nosso cotidiano.

Ler as mulheres de Clevane contracenando com seus coadjuvantes masculinos é mais que uma oportunidade de entender e respeitar com mais profundidade esse seres femininos considerados por muitos, (inclusive por este que vos fala) ininteligíveis (certamente, por serem muito mais inteligentes que nós, homens). Ler este livro é um privilégio, já que ele decodifica o mapa do caminho que leva ao paraíso, lugar ao qual os homens só chegam, quando decifram, alcançam e conseguem caminhar ao lado de uma dessa maravilhosas mulheres de sal, água e afins que habitam o planeta Terra e suas superiores imediações.



Luiz Lyrio – Belo Horizonte, 26 de maio de 2007.

Portas, Porteira, Portais, aldravas...Aos aldravistas de Mariana ,MG-Clevane



Porta Nova em Casa Velha

Clevane Pessoa de Araújo Lopes


para JB Donadon-Leal,
que coloca gênero novo em poiesis antiga: portas, portais, porteiras...


na madrugada de 15/09/2007
(Do novo livro em construção, Portas, Portais e Porteiras)



Porta & Aldrava
(Para Gabriel Bicalho, diretor do jornal Aldrava, que sabe bater à porta da Poiesis)

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

A Aldrava crava sons cravos na espess ura da porta.
Sons agudos, sons c avos na tessit ura da aorta
-a veia maior, a que acompanha a sonância
da sístole
da diástole
e mesmo da extra-sístole
-aquela a mais.
Ansiedade
de
desconhecer quem virá
atender
e

de que forma será tratado, destratado, esperado
ou expulso - seja anjo ou demo
pura demonstração
de que, monstro ou puto de igreja
nem sempre, por detrás da porta
esterá aquela pessoa que se deseja.

A porta é uma aorta
que conduz o medo do degredo
e a esperança sem limitações.

A aldrava é uma vaga espécie de sino
com muitas formas diversas.

Há quem bata de qualquer maneira.
Há quem tenha aprendido a bater
e acalmar a ansiedade.

E alguns sabem quando ir embora,
sem demora,
por pura precaução.
E muitos, fogem em diparada
por medo de assombração.

A aldrava, impávida, estática,
somente entra em ação
se a toca qualquer mão...

Enfrenta o tempo impassível
e não decodificável.

E per/dura, dura guardiã,
século após século.
na madrugada de 15/09/2007
(Da série, Portas e Portais)



Portas e Portais
(Para Déia Leal- Andréia Donadon Leal-cujos olhos de pintar e as mãos de vi/ver, sabem das diferenças)

Clevane Pessoa de Araújo Lopes


Nunca se sabe o há que atrás de uma porta,
se um príncipe encantado, se a Moura Torta,
se a vida continua ou se a Morte já entrou.
A expectativa faz o coração galopar,
corcel de ventania, salamandra de fogo,
-ser bem ou mal recebidos, que importa
se todos os dias, a soleira não se lava,
mas se for lavada, a mesma entrada será?
Atrás da porta, uma mesa posta, uma mala feita,
o falso carinho, a afeição genuína...
Bater, campainha ou aldrava,
com os nós dos dedos,avisar
da chegada, no momento preciso.
Chegar e abrir, um ato de coragem
desapercebido e necessário,
no cotidiano dos vivos, sinais...

Aos que partem para a outra dimensão, portais...

em 15/09/2007, Madrugada (1:45h)

As Pedras e Eu



Clevane Pessoa de Araújo Lopes

As Pedras e eu

Toda a minha vida interessei-me por essas formações da natureza e o que inspiram, desde os seixos rolados às pedras ditas preciosas, essas mais pela beleza gestada dentro da terra, que pelo valor.Quando eu estava em Belém do Pará, ficava louca pelos geodis:parte-se uma pedra feiosa e lá dentro estão drusas, de cristais a a......As ágatas, que formam no cerne ondas de cores degradées, as fatiadas sendo usadas em artesanato como porta-copos ou sinos de vento...A dignidade da pedra total, ali fragmentada...Às vezes, eu ficava procurando,em alguma loja dessas que nessa capital do Norte brasileiro, porta de entrada para a Amazônia, num monte de metades, onde estaria o parte que faltava-como as pessoas sempre a procurar seu outro lado.Uma vez, encontrei:aproximei duas partes que se encaixaram perfeitamente, fato raro, como as ditas almas gêmeas que se buscam através dos tempos...

Estudei, no início da adolescência, em Itajubá, cidade do sul de Minas-que mais tarde seria chamada de Tecnópolis, por causa de seu grande avanço em tecnologia.Ita em língua indígena significa Pedra.Então,” pedra amarela”.Mas havendo uma versão outra, “água que escorre da pedra”, a garota(não eu) que desfilou em carro aberto no aniversário da cidade, estava envolta em muitas camadas de azul papel celofane para simbolizar as ditas águas.Evidentemente, ela sendo a pedra e os rapazes da cidade a soltar o fio do imaginário sobre esse corpo semi-revelado.Eram os anos sessenta e a cidade, pequena,então.

Em meu consultório, tenho várias pedras trazidas por pacientes que conhecem-me o gosto.Um garoto, o Breno,muito lindo e inteligente, trouxe-me uma pedra que mergulhou para achar ,no fundo da represa de Três Marias, onde os pais têm uma casa para as férias.A mãe deu-se ao trabalho de envernizá-la.Gosto de sopesá-la no côncavo da mão.Tem poderosa energia.Vê-se que foi muito rolada, como as pessoas a quem a vida nada poupa.Dizem os místicos que se você encontra uma pedra de rio naturalmente furada, ela é curativa.Em casa, deve ser colocada em copo virgem , com água mineral ou de fonte.Pelo menos que seja filtrada.Se deixada ao luar, mais potencializada para a cura, fica.Bebe-se a água para sarar as mazelas do corpo...

Marlene trouxe-me quartzos rosas, brutos, que achou perto de uma arvora, Eli, em Belém, que á uma nativa e curandeira nata, desenhista refinada, comprou numa exposição, pedras acinzentadas, achatadas e lisas, que teriam vindo de outro planeta.Poderosas...

Onde vou, cato uma .Desde que existiam,pois na selva de asfalto das capitais é impossível.

Quando me casei, meu marido, que é fechado para revelar sentimentos não hostis e que estava amando e curando antigas feridas emocionais, ouviu, perplexo, meu pedido de que trouxesse uma pedrinhas cortadas em cubos irregulares, para que eu nelas pintasse casinhas cheias de detalhe e vida:janelas com panelas a secar, jardineiras com jardins e pássaros, borboletas, pessoas à porta. Morando na capital de Minas, Belo Horizonte, eu reparara que nas ruas, havia muitas, usadas em calçamentos de calçadas para formar desenhos-as escuras se alternado às claras-soltas pelo tempo ou descaso do bicho homem...”-Mas como(eu, um engenheiro, deve ter pensado sem externar) vou CATAR pedras na rua?!

Mas à tarde, chegou sorridente, cheio de pedras no bolso.A maneira de declarar seu amor que tantas vezes tive de decodificar,tal a sua dificuldade de falar de amor.No início, mas acabou contaminado pelo meu mel da minha Poesia...

Quando estamos a nos queixar de vicissitudes,minha irmã Cleone fala:”Não é possível!Você não chegou pedras na cruz”Reza a tradição que o nazareno, já crucificado foi apedrejado, logo ele que exortou aos que queriam punir Maria Madalena lapidando-a por ser uma etária e ter consolado, com seu corpo,a tantos daqueles homens :”Aquele que nunca pecou, que atire a primeira pedra”...Há uma música popular brasileira que tem estes versos:

”Que atire a primeira pedra,ai, ai

Aquele que não sofreu por amor”(...)

Teme-se as pedradas, sempre.Diz-se que muitos apedrejam sem perceber que também têm telhado de vidro.Há pedras,que não o são:feitas de argila expandida, usadas em decoração...as criadas nos antigos filmes de catástrofes, para rolar de despenhadeiros ou de construções ruino, comoVictor Mature sendo Sansão e segurando o templo que se desmanchava...

O rei David que foi poeta e amante do belo-inclusive mulheres-conquistou seu lugar de rei , na tribo que teve o seu nome, cumprindo as profecias,usando uma funda para atacar ao gigante Golias com uma certeira pedra que o nocateou.Era a época em que na Terra jovem , ainda havia gigantes, para construir aquelas enormes edificações , decerto-e aparecendo na Mitologia de muitos povos...

O que nos incomoda é uma pedra-no-sapato.Uma pedrinha que seja,nos fere a pele sensível dos pés.E nos faz mancar.Para continuar,há que se ter iniciativa ou coragem:é preciso abaixar-se, tirar o calçante e se livrar até do mínimo grão de areia que nos incomoda...

A um casal que se cobrava falta de atenção mútua, entreguei,num saquinho de veludo, para ele, um quartzo rosa, para simbolizar a esposa.Para ela, uma ágata azul,para ela lembrar-se do esposo.Ambos profissionais ocupados, mesmo se amando, às vezes esqueciam de se falar, e trabalhavamem cidades diferentes durante a semana útil.Daí, passaram a, toda vez que tocavam a pedra-deviam carregá-la sempre, não bolso ou na bolsa, ligar para o outro,ou quando a saudade apertasse.Época de telefonia celular, entãopassaram a dar-se “toquinhos” ou mensagens, mesmo não podendo conversar:”eu estou aqui e pensoem ti”, era o recado para o coração.A irritabilidade desenvolvida num momento de carência e crise, foi-se...Muitas vezes,no consultório, uso desses métodos pouco ortodoxos...

Certa feita, encontrei em uma praia, uma pedra na areia escaldante de meu Estadonatal, em NATAL, a chamada Terra do Sol,que tinha o formato perfeito de um coração.Eu estava voltando às origens, já adulto jovem e levando meu filho mais velho Alessandro que foi carregado até pela idosa D.Donzinha, uma parteira que ajudou a natureza adolescente de minha mãe a dar-me à luz.Tinha o coração mais que partido, recentemente separada do poeta de olhos violeta que por sofrer seqüelas da Ditadura, não dava conta de ser feliz de verdade.Achar a pedra foi para mim uma sinalização do Alto:um coração refeito, rígido como uma pedra, proibido de novamente fragmentar-se.E assim foi...

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Um Tiro na Noite


Ilha de Fernando de Noronha-Rememórias (I)


Um Tiro na Noite

Havíamos chegado à Ilha de Fernando de Noronha com uma carga adicional;as gêmeas Cleomar e Cleoneide , adotadas por meus pais. Antes, já éramos três crianças: eu aos cinco anos, minha mana com três e meu primeiro irmão homem, com um ano e meses. Para minha mãe jovem e traquinas, a ilha era o sonho tornado real. Amanhecia de maiô e somente voltava à casa, na hora do almoço, conosco corados e alegres, as mãos cheias de conchas ,para cozinhar. Lembro-me dos sargentos gritando “Peixeeee” e deixando à porta de nossa casa, bicudos e outros frutos do mar.
Nossa casa ficava do lado da rua onde papai trabalhava como telegrafista, em frente à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios. Ao lado desta, moravam o médico e sua esposa.
Mamãe fora levada a visitar as masmorras, onde presos políticos ficavam. Celas nuas e úmidas, mas que muito a assustaram. Quando papai brincou e a trancou por fora, por um minuto, desmaiou.
Depois, assustava-se à toa, pois o barulho das águas contra as rochas de origem vulcânica, associado ao vento forte, às vezes provocava sons similares a gemidos. Os nativos disseram-lhe que eram as almas dos ali sofreram. O calçamento havia sido todo feito pelos prisioneiros, contavam. Hipersensível, eu pisava devagar, como se pudesse machucar as mãos que um dia ali labutaram. Amarrados diziam-me.
Mal podia imaginar. De lado, o deslumbramento da beleza paradisíaca, os piqueniques sob as pedras , as trilhas atrás de casa, onde íamos procurar figos suculentos, minha primeira comunhão, fazendo-nos ir de avião da Catalina a Recife, para as provas da costureira, e para a busca dos apetrechos: luvinhas de organdi com pérolas nos punhos, um missalzinho de madrepérola falsa, penso, o tercinho de prata, a grinalda de noivinha e o véu. O vestido gastara metros e metros de organdi, rendinhas fitas e cachinhos de muguet.

Eu comecei a ler muito cedo e então , podia decorar todo o catecismo, que trazia na ponta da língua: ”Há um só Deus em três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo” ..Este representado pela linda pombinha branca ...Deveria contrita, contar meus pecados ao padre:” Pai perdoai-me porque pequei, por pensamentos , palavras e obras”...Uma criancinha...Bem eu havia pedido a meu avô um boneca vestido de menino, com bonezinho e tudo. Minha mana Cleone, ganhou sua contrapartida: a bonequinha de rodado vestido. Vovó ficou zangada, porque o marido me atendera .”Meninas não brincam com meninos”, sentenciara. Não obstante mamãe costurar um vestido para meu moleque e trocarmos seu nome, lá no fundo, eu ficara muito chateada. Estaria pecando? Teria pecado porque brinquei com o garotinho? Não, os brinquedos da época não mostravam os genitais. Não havia aula de educação sexual. Tomavamos banho de calcinhas , se meu maninho estava junto, com seus calções .Depois que ele era retirado, alguém voltava para lavarmos entre as pernas. Não podíamos dizer palavrões. Meu pai, se ia xingar, dobrava o indicador e ...esbravejava “para dentro”. Não conseguíamos entender nada.

Uma vez, mamãe ouviu um barulho estranho. A luz se apagara numa tempestade. Ela passava , vela na mão, paras clarear a sala. O som estrondoso a fez dar um grito horripilante. E desmaiar. Eram os livros de uma prateleira pendurada precariamente (ali, não havia lugar para luxos),que havia desabado .

Lembro ainda de um militar que queria um filho homem e a mulher, com algumas bonequinhas de carne, esperava que da barriga diferente das outras vezes, chegasse o herdeiro. Nos Anos 50, não havia ultrassonografia. Contaram que quando nasceu outra filha, em Recife (usávamos o avião semanal para ir lá sempre que era necessário) ele abandonou o recinto. Bebeu dias, foi encontrado na linha do trem , não sei se propositalmente ,para morrer, ou por excesso de álcool. Depois, reconciliaram-se .Como se um menino fosse herdar uma coroa real.
Havia o Sgt Camilo, magro e mais alto que papiai , a quem chamávamos de tio e que vinha com papai comer os acepipes feitos por mamãe. Cada criança tinha direito a um litro de leite, então nos chegavam cinco. Ela fazia muitos bolos e doces, talvez da minha cota, pois jamais suportei o gosto de leite puro. Na ilha, havia lagartixas imensas, que não sei quem havia levado para acabar com os mosquitos e moscas, contavam os ilhéus. Lá, desenvolveram-se e se multiplicaram muito. Pareciam lagartos.
Um dia havia um tacho de doce em bolhas, no fogão. Uma delas desprendeu-se do teto e tchibum , na piscina efervescente. Quando mamãe lamentou, ele disse: ”Pode guardar, Madame, que eu como...Esse doce é muito gostoso para se jogar fora...”.E ,todos os dias, chegava com meu pai, para comer “doce de lagartixa”, como o chamávamos. "Argh", dizíamos, fazendo caretas. E ele ria:” Mas o tio Camilo não tirou o bichinho?”...

Uma vez, ele foi a Recife e trouxe-me um vestido tão lindo, que até hoje, lembro-me perfeitamente dele : de fustão branco, todo festonado na barra com linha vermelha, e a cada dez centímetros, subia em pela saia, sendo que nesse trecho, havia uns furos também circundados de festoné., Nos furos, fita de cetim número 1 era trançada. E se fazia acompanhar por um bolerinho também todo bordado.
O capelão criava a sobrinha mocinha, de quinze anos, e o sargento, solteiro, pediu que mamãe bancasse o cupido. A declaração foi feita lá em casa, com ele abraçado ao violão , a cada frase, um acorde... E casaram-se. Todo mundo comentava que a sobrinha do padre se apaixonara pelo sargento.
Um dia ,acordei com sede e calor. Sonolenta, ouvia o fascinante bater das ondas fortes contra as pedras na praia mais próxima . Ia chamar meu socorro, noturno, papai, que sempre ouvia meu chamado, quando um estampido se fez ouvir. Terrível, na ilha deserta de pessoas acordadas, o grande silêncio insular noturno, que contrastava com o barulho do oceano, foi cortado por esse tiro espantoso e inesperado.
Claro, devem ter me escondido os motivos , mas talvez não os soubessem . A esposa do médico, de camisola, em frente à penteadeira, levara o revólver à cabeça (ou seria ao coração?) e matara-se .Lembro-me de tê-la achado muito bonita, à janela, quando passava vindo da escola.
Quando adolescente, fiz uma lista de possibilidades : a suicida não poderia ser mãe. O marido a traíra. Ela traíra ao marido e fora descoberta. Sofria de uma doença grave. Casara-se amando a outro e não suportara a saudade...Os mistérios , o passado da Ilha a assustavam tanto quanto assustavam mamãe, que no entanto, era bem resiliente e adorava a vida lá. Estaria louca...Seria acostumada a vida social bem intensa e não suportara ilha.. O marido seria ciumentíssimo...Odiava sua vida sexual( eu não sabia nada sobre isso, mas lia nas revistas, que ...) . Mas por que se mataria?
Lembro-me de haver escrito uma história ficcional a respeito, mas no final, ela era morta e não cometera auto-extermínio. Para mim , era inconcebível que alguém concebesse a morte para si mesma...
Talvez tenha sido a minha primeira lição das coisas irreversíveis. Do nunca mais. Por mais que eu olhasse para a janela de sua casa, de onde jamais a vira sair, qual minha mãe, sempre explorando ao máximo aquele excesso de beleza pura.
Nunca mais ela poderia ser estar à janela. Teria preparado tudo? Tomado um banho, lavado e perfumado todos sete os orifícios do corpo, quais as chinesa a antigas ao se preparar para o marido? Vestido a camisola , deixado um bilhete, uma carta para a família? Ou agira numa fração de segundo, impulsivamente?

O novo médico, cuidou das gêmeas e ficou lá em casa, com a esposa , para melhor acompanhar o caso clínico delas . Mas isso contarei a seguir...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes, Belo Horizonte, Publicado originalmente em http://www.jornalecos.net/pessoa30.htm (03/12/2006), pela atenção especial de Vânia Diniz.

O impossível
é imprevisível
só até acontecer
(Clevane Pessoa, em "Sombras feitas de Luz-Edit.Plurarts)

AVISO


AVISO

Cores primárias casam-se ,
secundárias eclodem,
mil verdes :primavera...

Clevane Pessoa

Fonte:http://www.clube-de-poetas.cantodapoesia.net/clube-de-poetas-poetrix-aviso.htm

Releituras de Geraldo Neres, sobre "Partes de Mim",de Clevane






Lendo "Partes de Mim" (*)
a Clevane Pessoa de Araújo Lopes

rosa nebulosa
engaiolada no espaço:
alguém

ave sideral
mergulhada
nos sabores da alma
em medos espirais
poeira perplexa

corpo virgem
grávido
nos raios de um pequeno arco-íris

fúria

sementes

lendo: Partes de Mim (*), Clevane Pessoa de Araújo Lopes
re-leitura de José Geraldo Neres


Adagas

a Clevane Pessoa de Araújo Lopes

raro olhar
que faz sarar
o espanto de certas donzelas
ruídos da cidade
compasso
cheiro a rosa dos invisíveis portais
madrugada na alma de cada século
a história
a pedra
a brasa
bordada na pele

lendo: Partes de Mim (*), Clevane Pessoa de Araújo Lopes
re-leitura de José Geraldo Neres
26/03/2003



Chave

ínfimo
cosmos
mapa das almas,

evolução pequena
forma
traçada

irmão
nosso
à ele
transcender...


poesia: "Chave", autora: Clevane Pessoa de Araújo Lopes
re-leitura de José Geraldo Neres


lento tear
caracol de dias
o tempo arrasta a barriga
onda ardente da flauta de Pã
folhas caem: frutos de luz
o vento sopra a gestante
dança o desejo

nove mêses
uma orquídea
de botões de carne


19/10/2002

(*) Partes de Mim:livro de papel e e-book, de Clevane Pessoa de Arapújo Lopes

Publicados em :http://www.palavreiros.hpgplus.com.br/josegeraldoneres_releituras.html

Meus poemas no CD OISE



Minhas poesias no Cd OISE(Anomelivros Editora)




(I) ARREPENDIMENTO



Mais que amei, amei errado

ou amei sem saber de limites

e de impossibilidades...

Amei com a fúria dos ventos

e a ternura das brisas

nos rostos das flores:

esta, insuficiente para a sanha dos desejos,

aquela rasgou pétalas e sépalas

e abriu cálices...

Queria ter amado menos que o demais

E muito mais que o possibilitado...

Queria que os excessos de busca,

Perfumassem, de repente,

Todos os ares da angústia incandescente...

Nas grutas do desconhecido,

As estalagmites ,

Tão fantásticas ao primeiro olhar,

São de tal forma frágeis

Que se tornam poeira e barro

Para não mais voltar...
(Clevane)





(|II)Das Diferenças



Intangíveis são os fechados

Que não abrem as janelas da alma,

Portas no coração, portões de jardins,

Nem Têm sorrisos no rosto

Nem estendem as mãos



E nos olham com olhares desconfiados

Sem querer saber quem somos

Ou poderemos ser...



Tangíveis são os que sentam no colo

Expandem a aura,nem de si mesmos

Mas não dos outros,mas com todos...

Oferecem a pele,presente maior,

O cheiro,os humores,até as dores...



Uns não querem contaminar-se

Com a previsível e necessária mistura

De corpos e suores e sedes e fomes...

Mantém a distância desnecessária;

Sentam-se em tronos de veludo,

Voam acima dos demais...

Outros anseiam por beber

No mesmo copo,ávidos pelas trocas,

Comer no mesmo prato

E partilhar a vida,o filho,

O sonho,carne a carne,

Gosto a gosto

E só o que pleiteiam

É voar lado a lado

A mesma viagem...



Uns se separam

Em desencontro pleno.

Outros se unem no encontro absoluto...



Uns se separam

Em desencontro pleno.

Outros se unem no encontro absoluto...





Há quem seja espinho

E separe e fira e cause gangrna.

Há quem seja rosa

E perfume e embeleze e apazigúe...



Luto na vida

E festival perene...



Um e outro...
(Clevane)



(III)Pequeno Poema do Grande Encontro





Deixe-se

fluir

para as searas

do amor.



Confluir,refluir:doe e receba,

energize-se na luz do outro

e doure-o com o ouro

da sua própria luz.



Saiba

que você tem um manancial

de pérolas

naturais ou cultivadas

que devem ser ofertadas.

Não tema perdê-las:

voltarão ao seu self

mais lindas e multiplicadas

(uma troca intensa

e sem interrupção,

que vai da alma ao corpo,

do espírito ao coração,

abre as comportas da mente

na magia eterna em doação)...

Seu potencial

é maior

do que você pensa:

você pode mel e sal

água e terra,

sombra e luz,

vento e aroma, alimento.

Não fuja,pois, à destinação

maior do ser humano...
(Clevane)

Foi emocionante gravar esses versos,em estúdio.O organizador foi o ator e poeta Wilmar Silva.A coletânea é bem eclética.
A trilha sonora foi feita individualmente por Arnaldo Vale.
O nome é uma homenagem a Rimbaud.

Fantasias, Imaginação


Fantasias,imaginação...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Belo Horizonte,Minas Gerais,Brasil,em 06/06/06

Universos em espirais belíssimas
ou destruidoras,quais furacões,
as fantasiasm são poderosas,
capazes de despertar lembranças
com aroma de rosas,
com versos de canções,
imagens perdidas/achadas
no turbilhão do hiato tempo-espaço...
O imaginário
cumpre qualquer fadário,
preenche todos os espaços vazios,
aquece momentos frios
com memórias mornas e aconchegantes...
As fantasias pertencem ao mundo
dos homens,são reflexos do Criador
-e nós,suas criaturas,sonhamos,
lembramos,desejamos,fantasiamos,
para suportar melhor o exílio aqui na Terra...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Medalha de Prata da AACL-Fr para Delasnieve Daspet



Na qualidade de Poeta del Mundo, Cônsul Z-C em Belo Horizonte, congratulamo-nos com a nomeação da Embaixadora Brasileira da entidade, Delasnieve Daspet, pela medalha de prata (Medaille D'Argent) da Academia de artes,Ciências e Letras da França.
O evento será no dia 18 de Maio de 2008, às 14 horas em Paris nos Salões do PAVILLON DAUPHINE , Place du Marechal de Lattre Tassigny, Paris, XVI.
A medalha é concedida pelo relevante trabalho de Delasnieve em prol das letras e das artes.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes



Resultado da Comissão Superiora de Recompensas

MEDAILLE D’ARGENT para Delasnieve DASPET



Tenho o prazer e a honra de compartilhar, com meus confrades das letras, a elevada honra com a qual fui distinguida pela Académique des Arts, Sciences et Lettres da França - entidade que existe desde 1915. Eu, e mais 18 brasileiros, entre os quais nomes da literatura, da musica, do cinema, das artes plasticas, cientistas, etc.
Compartilho com todos este magnifico momento de reconhecimento e os convido a irmos à Paris - o que muito me honraria.

Delasnieve Miranda Daspet de Souza
Universal Peace Embassy Cercle & Universal Peace Embassy
Sub-Secretária para as Américas e Embaixadora para o Brasil de Poetas del Mundo
http://www.delasnievedaspet.com.br/embaixadora_universal_da_paz.htm
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=600
Prize Poetry Culture da Unesco




----- Original Message -----
From: Diva Pavesi To: daspet@uol.com.br Sent: Thursday, February 21, 2008 7:58 PMSubject: Premio da Academie

Dignissima Delasnieve Daspet, Laureada, tenho a maior alegria em lhe enviar essa mensagem!
Parabéns pelo seu Premio.
Espero ve-la em Paris sendo homenageada!
Abraços fraternais

Diva Pavesi



Diva Pavesi
www.divineinstitut.org
www.divapavesi.blogspot.com






Diva PAVESI
Médaille de Vermeil
Membre et Déléguée de la Société Académique des Arts, Sciences et Lettres





Paris, 21 de Fevereiro de 2008



Resultado da Comissão Superiora de Recompensas

MEDAILLE D’ARGENT



Digníssima Senhora Delasnieve DASPET



Na qualidade de Membro e Delegada da Societé Académique des Arts, Sciences et Lettres, fundada em 1915, coroada pela Academia Francesa; em nome da Comissão Superiora de Recompensas, tenho a honra e o privilégio em informá-la de que a Academie Arts Sciences et Lettres vai outorgar as suas mais altas insígnias a Senhora Delasnieve DASPET pelos relevantes serviços prestados às Letras e à Cultura.

A Senhora será agraciada com a MEDAILLE D’ARGENT.

A cerimônia realizar-se a no dia 18 de Maio de 2008, às 14 horas em Paris nos Salões do PAVILLON DAUPHINE , Place du Marechal de Lattre Tassigny, Paris, XVI.

Às 20 horas será o Jantar de Gala, em traje de Gala, na presença do Senhor Presidente da Academie e da Comissão Superiora, dos altos dignitários, bem como na presença de todos os Laureados do mundo inteiro e seus convidados.

Esperamos contar com a sua honrosa presença, nessa Grande Cerimônia dedicada aos Laureados das Artes, Ciências, Letras e Cultura.

Sem mais para o momento, queira aceitar os meus sinceros parabéns e sentimentos de alta estima, respeito, admiração e consideração.



Diva Pavesi

Déléguée.





Diva Pavesi – Membre et Deleguée de L’Académie des Arts Sciences et Lettres



97 ,Rue de la Gare- 45000 - FRANCE

Tel / Fax : 0033 2 38 53 78 11 Portable : 0033 6 63 79 10 67

E-mail : divapavesiacademie@voila.fr/ divapavesi@yahoo.fr

Site : www.artscienceslettres.com

www.divineinstitut.org

Rádio Vaticana:PRIMEIRO CONCURSO INTERNACIONAL DE POESIA E NARRATIVA DEDICADO A JOÃO PAULO II



Imagem:abalon róseo

Tereza Pereira, escritora de Pará de minas, onde pertence à Academia de Letras, nos envia a chamada para esse concurso inédito:


PRIMEIRO CONCURSO INTERNACIONAL DE POESIA E NARRATIVA DEDICADO A JOÃO PAULO II






Roma, 21 dez (RV) – Lançado na Itália, um concurso internacional de poesia e narrativa, dedicado a João Paulo II, intitulado "Para além do limiar da esperança". O concurso encontra inspiração também na última encíclica de Bento XVI, Spe salvi (Salvos pela esperança).

O objetivo dos organizadores é promover uma reflexão, a partir das meditações e ensinamentos sobre a esperança, no pontificado de João Paulo II.

O prêmio se divide em três setores: o primeiro é o da poesia de inspiração religiosa. Os participantes poderão concorrer com uma poesia de inspiração religiosa, de _ no máximo _ 30 versos. Os trabalhos deverão ser enviados a poesiareligiosa@email.it

O segundo setor é reservado à poesia inédita: os participantes poderão apresentar uma poesia inspirada nos valores humanos, de _ no máximo _ 30 versos. Os trabalhos deverão ser enviados a poesiainedita@email.it


O último setor é o da narrativa inédita: os participantes poderão apresentar um conto inspirado nos valores humanos ou um conto para crianças. A obra não deve superar dez laudas em formato A4, com _ no máximo _ 30 linhas por página. Os trabalhos deverão ser enviados a narrativainedita@email.it


Existe ainda uma possibilidade, que é a de participar com a apresentação de uma tese de licenciatura. Para participar nesse setor, o candidato deverá enviar uma tese de caráter literário, filosófico, histórico, científico ou teológico. Os trabalhos deverão ser enviados a tesidilaurea@email.it

O concurso é internacional e está aberto a participantes de todo o mundo, com trabalhos redigidos em sua língua de origem. É possível participar em todas os setores e cada candidato deverá enviar, juntamente com seu trabalho, um currículo com os seguintes dados: carreira escolar, profissão e eventuais prêmios já obtidos.

Os trabalhos deverão ser enviados, improrrogavelmente, até o dia 28 de fevereiro de 2008. Todos eles devem conter, no pé da página, o nome e sobrenome do autor, com o número de telefone e o endereço de e-mail. (CD/AF)

FONTE:http://www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=175373

Alain de Paula:"À margem da Iluminação"



Imagem:nácar.O que a concha tem dentro de si.

Alain de Paula possui uma espiritualidade que atona à sua pele de Poeta.Isso reflete-se em sua verve e sempre recebo dele uns poemas que remetem à reflexão.Digo que é um menino passarinho:cantante, em busca de.Seu livro a ser publicado em breve, do qual fiz a revisão, está nessas esferas de paz e luz que tanto precisamos no cotidiano às vezes assutador,que independe de nossos desejos de paz.
Mineiro,mora nos Estados Unidos há um mbom tempo.Convidou-me para revisar seu trabalho e o fiz, com prazer, mas foi bem diferente de apenas ler, revisar,imprimir, orientar.
Foi um trabalho de lado-a-lado, pelo MSN, quando ele mandava a produção e conversávamos livremente sobre ela, no processo de lapidação, o que servia a ambos como um meio de grandes torrentes de inspirações outras.
O livro se chama "à margem da iluminação.Tenho grande contentam,ento em amadrinhá-lo, ao escrever o prefácio,para quando o autor, depois da gestação em nácar, entregá-lo àluz do mundo.
E, com certeza, é nessa margem que ele contempla nasceres de sol e ocasos, a se refletir no rio de suas crenças.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Poeta Honoris causa pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa,para oito países Lusófonos

Embaixadora Universal da paz(Cercle des Ambassadeurs de la Paix, Genebra, Suiça)

Com a autorização do autor, publico:


VIVO-MORTO

tudo é tão transitório
na face do corpo
que sua breve realidade
deixa-o vivo-morto

o amanhã de ontem
que lapida o hoje
nas mãos do tempo
perde de vez seu rumo

mas o talento da alma
leva o mistério a sério
e influencia o ritmo
da maioria dos passos

uma visão destemida
recusa a visita da ilusão
e expulsa de sua vida
todos seus demônios

e a caminho do crucifixo
carrega alegre sua cruz
ostentada pelo amor
que ressuscita sua luz

Alain de Paula

Nácar

Para Alain de Paula, "à margem da iluminação".

A concha esconde
num subterfúgio de defesas e cuidados
o nácar, irisdiscente substância
a ser descoberta, em jóia a se transformar,
ou apenas surpreender e encantar o olhar.

A alma, é o nácar desse corpo comum,
e apenas é descoberta
quendo se ilumina
a quintaessência do sêr...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Herança da mama África

Clevane Pessoa deAraújo Lopes

Belo Horizonte,Minas Gerais, Brasil

Herança da Mama África

No ritmo da Conga,latinhas na canela,
nas evoluções da capoeira,
a beleza pungente que espiraliza a arte negra.
Um pé na África,outro no novo Continente...
Para não deixar de treinar as lutas,
fingem que dançam
na leveza animal das savanas,soul ancestral,
feiticeiros guardadores dos segredos dos mundos...
Cor de pantera nigra,olhos de aves perscrutadoras,
beleza de leões e garra de leoas.
rapidez de impalas,corças,cheetas,
danças e vestes coloridas de pássaros emplumadas
a quem cortaram asas,
relembrados nos turbantes,nas batas,nas cangas...
E o samba,esse ritmo
que em em lentíssima alquimia se formou,
soltas as nádegas, as pélvis,
multiplicados os pés e os braços,
canções entoou...
Impossível ouvir, sem mexer o esqueleto,
as carnes ,o coração,
a respiração...
Acepipes para os brancos,
manga com leite faz mal, mas o negro não se apertou:
inventa das comidas antigas,
comilanças parecidas,
na criatividade do ter muito tendo pouco...
O espírito altivo, na forja da punjança se amoldou.
E nada atinge o pensamento guerreiro.
Mas o melhor disso tudo, não obstante,apesar de,
dos gemidos de dor e dos gemidos do prazer,
uma raça nova brotou,
com partes dos africanos,
outras dos portugueses,dos índios
e de quem mais que viesse
pensando tê-los tomado.
Dessa raça fortíssima,
vergonhosamente escravizada,
o mulato se formou,
um negro novo apareceu,
com mil tons em sua pele:
marrom,pardo, chocolate,sapoti,
mas jamais, de fato domado,
o homem negro ficou.

E assim ,graças à beleza da forma pura,
a sedução dos homens e das mulheres
o Brasil se miscigenou.
E hoje, há brancos
que fazem tudo para serem negros,
mostrando as gotas de sangue e de leite
afro
que trouxeram em seus traços...

"luz em Meus dedos"



Foto de 2005:Fotógrafa:Karina campos
Arte:Allez pessoa

Emem Paiva manda-me um gentil convite para participar de uma ciranda com esse belo título:"luz em meus dedos".Escrevi, mandei e agora posto aqui a sextilha brotada:

"Luz em Meus Dedos"

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Para tocar-te no escuro
encontro muitos caminhos,
até mesmoos dos segredos.
Se nada entre nós é impuro,
para trocarmos carinhos
acendes luz em meus dedos...

sábado, 9 de fevereiro de 2008

A Poesia pede Passagem.E a arte também



Imagem:Cabeça_com_favela_Mestre_Thiba

A Poesia Pede Passagem. E A Arte Também

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

A POESIA Pede Passagem.E a ARTE também ( I )

Imagem:uma das cabeças que Tibau esculpiu, quando árvores foram serradas para abrir espaço às construções.Maravilha!Uma floresta de favelas em cabeças...

Foto:Juciléia Botelho, que me acompanhou ao sarau.

Ontem na Lagoa do Nado foi interessante,a Poetisa Tânia Diniz expôs seus jornais de Poesia feminina, o "Mulheres emergentes",com poesias do mundo inteiro,dise haikais e poesias maiores,sempre no estilo sutil sensual e pleno de filosofia de vida e observação do cotidiano.Contou de sua trajetória,intrinsecamente ligada à de seu jornal poético.Estava muito bonita de preto, os olhos azuis em destaque.

Eu disse poesias de um de meus livros inéditos ,parte de uma intervenção chamada tear,mas que ali não foi desenvolvida por causa do tempo e da circunstãncia;eu já combinara con Ricardo Evangelista que faríamos uma roda de poetas e suas poesias.E conversei com os poetas,principalmente os jovens.

O jornalista que preside o Clube Mineiro da Cachaça,Murilo Albernás é também poeta e disse seus bons versos, lembrou Câmara Cascudo(em outro momento recitei a beleza dos versos do parente de minha avó, outro Câmara:"Há pessoas/que são como a cana:/postas na moenda/só sabem destilar doçura"* D.Helder Câmara) , enfim, integrou-se facilmente ao grupo.Ele e a gerente do Clube Mineiro da Cachaça,Sandra Rosa, levaram garrafinhas para sorteio e ofereceram delicada degustação.Degustou-se da branquinha (exceto eu, que não bebo), saboreamos uma torta e voltamos para casa.

Estamos sem carro,lá é bem longe de minha residência, o táxi ficou caro, mas vale a pena , pelo prazer,estar entre os poetas.Quero voltar lá durante o dia, para apreciar a natureza .

O Llobus compareceu e será ele o fotógrafo de nosso livro -álbum "POIETISAS" ,sobre poetas de Belo Horizonte.O projeto foi aprovado na seletiva,agora devo redigir cartas - convite,criar o questionário básico para as entrevistas (que sofrerá o rumo indicado pela história de vida delas,e marcar as entrevistas ao vivo,com filmagem e fotografia).

O livro tem o apoio cultural da Lei de Incentivo à Cultura e espantou-me que passasse, por ser sobre sobre poesia e sobre mulheres, duas vertentes que a sociedade brasieira não considera como deveria...rsss...Muitos candidatos, então, uma boa vitória.

As coisas mudam para melhor,a respeito da importãncia da Poesia.Percebo um "boom" no Brasil inteiro:retornaram os saraus, encontros nacionais e internacionais e, muitas vezes, outras artes associam-se a ela,bem como demais gêneros literários.

Lembro-me que não há tanto tempo assim, nos Anos 80, em congressos, quando eu ministrava palestras ou fazia conferências sobre assuntos científicos, em especial sobre adolescência,sempre incluía poesias, textos poéticos (qual o "Querida", de Lázaro Barreto, mineiro de Divinópolis).No primeiro momento, profissionais de saúde se entreolhavam.Cheguei a sentir "quelque chose "de estranheza no ar.Hoje, é mais que comum que Arte e Literatura se mesclem ao discurso científico.Nos Anos 90, Marco Aurélio Baggio, psiquiatra autor de "EROTIKA", entre outros, no Seminário de Sexualidade e Saúde reprodutiva (que o Ministério da Saúde, Depto de adolescência ,encomendou aqui no Hospital Júlia Kubitscheck(No "Barreiro de Cima", populoso bairro de BH), onde coordenei a Casa da Criança e do Adolescente),para falar de sexualidade, apresentou inúmeros slides de obras de arte eróticas dos grandes mestres e foi muito admirado pela beleza de sua palestra.Viver sem a Literatura e a Poesia endurece as percepções e os sentimentos.A beleza é o pressuposto do que há de melhor :a paz, o amor, a solidariedade, o humanismo, a estética,a poesia,a arte...
__________________________________-

De "A POESIA PEDE PASSAGEM, ontem, trouxe muitas fotos,inclusive da floresta de cabeças esculpida pelo Mestre Thibau (um dos fotografados para o poster virtual HUS MANUS, por Marco Llobus):aproveitamento artístico dos troncos antigos de árvores que foram serradas para dar espaço às construções.
Agora,tenho vontade de escrever um poema.Aí vai minha poesia, passageira de meu olhar:

TRIBUTO

Clevane Pessoa de araújo Lopes

Troncos - edifícios naturais,
onde o xilema conduz a preciosa
e elaborada seiva bruta:
da raiz para a planta inteira,
a fazer uso do flolema
(um conjunto de vasos condutores
quais as linhas de um poema
que somente fala de vida e de vida e de vida)...

Os troncos são de tal formas importantes,
que as plantas primevas
somente eram feitas de caule,
nada de folhas, nada de flor!

Para os gregos as dríades
dançavam em torno de um tronco
a proteger a árvore,
ninhal de tantos existires.
E as hamadríades estavam prisioneiras
dentro do tronco.
Espíritos das árvores,hoje
decerto assustados
com tanta destruição sagrada...

O Mago Merlin por encanto,
torna-se o prisioneiro da árvore,
seu eterno habitante.

Meu mano Nildo Pessoa
expôs certa vez telas
a óleo, onde freiras estagnadas
também estavam integradas
a troncos vibrantes,
seculares,
impossibilitadas de bailar
para a sexualidade plena.

Pois Mestre Thibau, na Lagoa do Nado,
esculpiu cabeças magníficas
de facies negróides e belos.
testemunho da ancestralidade
da mama África.
Mas para atestar as condições
tantas vezes impostas ao negro,
favelas foram aglomeradas
aos crânios de madeira,
parecendo erguer-se dos miolos,
dos neurônios,das têmporas/temporais,
do bulbo, do encéfalo,atavicamente
ligadas ao verbo,onde
morar é sinôniomo de ser e de existir.
E as favelas ameaçam escorrer
ao nosso olhar culposo/culpado
pelos intempéries da diferenças sociais.

Clevane Pessoa, para mestre Thibau, Nildo, Llobus e Ricardo(em 30/03/2007).

___________________________________________
No retorno, Tânia Diniz nos deu carona .Ela e eu falamos a respeito da coletânea que a haikaista pretende lançar, neste ano, em comemoração aos dezoito anos de existência e resistência do "Mulheres Emergentes". Poetisas de muitas partes do Brasil e do Mundo, ali estão representadas por versos paridos na essência do feminino.Mostra-me suas delicadas e bonitas edições.Antes,falara-me que os homens também terão vez, em nova empreitada: "OS MENINOS do M.E."

Sem dúvida, por dezoito anos em belo,Horizonte,nesse eterno combate pelo feminino e pela essência da Mulher na poesia, Tânia Diniz alcança um estágio invejável.As mulheres e a poesia agradecem.
Clevane

Meu Encontro com Leila Miccolis em Belo Horizonte


MEU ENCONTRO COM LEILA EM BH

Quando Leila chegou para participar do 8º Salao do Livro e Encontro de Literatura, telefonou-me do Othon, onde estava hospedada, e conversamos um bom tempo, apesar dela ter seu tempo aqui, em Belo Horizonte, muito restrito. Eu acabava de digitar o nome dela, convidando pessoas amigas por e-mail, para sua apresentação, quando meu filho disse que era ela. Fiquei muito alegre, mas quando atendi, a ligação caiu, então ele explicou que era do Hotel... Mas logo, meu celular tocou, e era a amiga querida. Dessas amizades que brotam da internet, por pessoas a quem não conhecemos pessoalmente, mas a quem sempre estamos querendo conhecer.

Ela contou-me que queria ir à Lagoa da Pampulha e eu lhe digo que sábado passado Neuza Ladeira, eu e Marco Llobus lá estivemos, com outros poetas.

Fui ao Salão do Livro com Neuza Ladeira, pintora e poetisa, que levou para presentar Leila o seu "Opúsculos" (selo Anomelivros), chegamos mais cedo para apanhar a senha da entrada da entrevista. Depois, encontramos a Bilá Bernardes, psicopedagoga e recentemente nomeada Consul de Poetas del Mundo, que nos mostrou seus livretos artesanais (pequenos apenas no tamanho), uma pessoa muito dinâmica, que está levando a poesia às escolas públicas da capital mineira. Também estiveram presentes Lívia Tucci, a poeta dourada, com seu livro "O Avesso do Cristal", de linda capa e belo conteúdo: forte e feminino, rasgante (ExtraVia Edições), Tânia Diniz, também com sua preciosa carga do "Mulheres Emergentes", Vera Casanova, outra grande ativista cultural, Wilmar Silva, poeta e editor, enfim, uma corte fiel da Leila. Todas as pessoas com presentes, livros, parea aquela pesoa exuberante, de 1,33m de altuira. Ao telefone, ela perguntou: "Você sabe que sou pequenininha?", perguntou-me... Sei, mas como é grande!

A primeira parte da participação de Leila, no Auditório Pirandello, foi a entrevista, dentro da programação "Encontro Marcado", nome que homenageia Fernando Sabino. O entrevistador, jornalista Régis Gonçalves, pediu a vários autores que elaborassem perguntas (lembro-me de três nomes: Nicolas Behr, Marcelo Dolabela, Wir Caetano) para a renomada autora, editora, atriz e, claro, mantenodora, com Uhracy Faustino, do conhecido e premiado portal de divulgação cultural, Blocos on Line, que em julho faz onze anos de vida, reconhecido pela UNESCO por sua qualidade.

Muito à vontade e cheia de energia, Leila Miccolis reviu velhos conhecidos, como Wilmar Silva, editor e performer e também foi recebida por uma comissão de frente de mulheres que com ela mantém intercâmbio via Internet. Aliás, essa forma de comunicação hodierna, foi um dos temas mais abordados por ela durante a entrevista, conduzida por Régis Gonçalves.

A talentosa e querida poetisa falou com propriedade da poesia nos Anos 70, e da guinada na escrita das mulheres, modificando todo o excesso de romantismo anterior que cobria, qual manto obrigatório, a dita poesia feminina até aquela época. Foi nessa época que começamos, abertamente, a modificar a estrutura da poesia brasileira escrita por mulheres. Por homens também, claro, mas a eles já era concedido o direito de regerem mudanças. A cada instante, as respostas atestavam a extraordinária vida ativa da poeta, segura influência em sua obra, uma vez que a filosofia de vida de um artista, de um autor, norteiam o seu fazer.

O que mais me impressiona na fala de Leila é o fato de ser genuína, autêntica defensora de causas várias, eternamente jovem, mestra que não pára de estudar (conforme noticiei acaba de faturar o primeiro lugar para um doutorado na UERJ). Conta-nos que há dez anos não publica um livro, por causa de sua intensa atividade na Internet, com o Blocos on Line e tudo o mais; mas mostra-nos, do palco, uma preciosidade:um livro, onde reuniu sua poesia, Sangue Cenográfico, grande o suficiente para cabê-las, mas seu último exemplar.

Depois, passamosà Cantina José Maria Cançado, ao lado do Auditório Pirandello, onde ela nos brindou com seu show "Pequena Notável". Nesse monólogo, ficam sempre evidentes seus posicionamentos em relação às questões cotidianas e à sexualidade em sentido lato, essa força motriz que nos move a todos e que não é apenas genitalidade.

Claro, os fotógrafos oficiais fizeram muitos flashs e vou tentar conseguir uma com maior definição.mas essas que a Lívia manda, são frutos do carinho que todas sentíamos pela pequena notável, Leila Miccolis, um registro de valor. Eu aguardei que a generosa amiga mandasse as fotos de sua máquina digital, pois eu fiz a clevanice de sair com uma máquina Cannon sem filme.

Uma das coisas boas da noite foi a confraria feminina que se instalou naturalmente: poetisas, com a mente aberta e muita alegria por poder abraçar pessoalmente aquela talentosa autora, atriz, mestra e tantos dotes difíceis de vermos reunidos em uma única pessoa.

Enchemos o folder da feira com recadinhos, parecendo adoelscentes.Gente muito jovem , estava ali presente e atenta.E nós, frutos maduros .Ou rosas maduras, pois a vinda de Leila Miccolis a belo Horizonte pareceu, repito, a de um pequeno beija-flor. Depois que ela se vai, ficamos quais flores que receberam a visita e a energia piolinizadora de um colibri multicolorido, que nos visitou, mas partiu mais cedo do que esperávamos...

De repente, minha amiga Neuza Ladeira é cercada por jovens que, ao ver seu Opúsculos, se aproximaram, porque uma poetisa de dezessete anos, tinha o livro e querem conversar sobre sua militância na juventude - o que a levou à prisão nos Anos de Chumbo. Dessa época, surge, qual o lótus da lama, a beleza e o perfume do livro OS COMEDORES DE SONHOS, que em breve estará publicado, junto a um outro, QUARTO DE DORMIR, QUARTO DE PENSAR.

Saindo do Salão do Livro, Neuza sente uma vontade grande de ir à Cantina do Lucas.Vamos. Ao chegarmpos, ela vê passar um velho amigo, de trinta anos atrás que ele não a vê. Entramos.Numa mesa de canto, Leila, Sérgio Fantini, o Curador do Salão, e Mônica, sua mulher. Há um segundo atrás, Neuza, cuja untuição está sempre em alta, diz-me:"É bem capaz da Leila estar aqui". Respondo que ela viajaria no dia seguite, que deveria acordar ás cinco da matina e, por certo, está no Othon Hotel. Eu, que tenho a intuição aguçada, errei redondamente. Ela explica que, pelo horário, não havia mais jantar no hotel. A despeito dio prazer, fiquei meio sem graça, pois poderia parecer tietagem bem, se fosse, e daí, mas foi uma grande sincronicidade do Universo). Quase imediatamente o amigo da Neuzinha retorna e a reconhece, então, passam a conversar e pude desfrutar mais um pouquinho do convívio com Leila, que nos fala sobre seus gatos e cães, de Maricá, onde reside, de Uhra (Uhracy Faustino, escritor e ilustrador), seu muso.

Temo cansá-la, e enquanto ela se alimenta com um prato de massa à francesa, sem carne, converso com Mônica e Sérgio. Ela acaba e novamente se vai, deixando-me muito feliz por essa oportunidade de conhecer de perto a grande amiga presenteada pela Internet, embora, a bem da verdade, parecia-me que já a conhecia, tantos e-mails trocamos.

E sou-lhe sempre grata, por estar sempre publicando meus textos, e mesmo corrigindo minhas famosas clevanices de diogitação. No abraço de despedida, ela me diz: "não esqueça de colocar espaços após as vírgulas".

Conto-lhe que estou treinando, sorrio e comovo-me. Ela, em época de dissertação de mestrado, muitas vezes, passou preciosos momentos, já escassos, nos seus muito que-fazeres, consertando minha digitação selvagem... rsss

Clevane Pessoa de Araújo

Para Reflexão:Dos heróis (I)- Palavrarmas, palavramor...

Para Reflexão:Dos heróis (I)- Palavrarmas, palavramor...


Clevane Pessoa , Psicóloga

Recebo um PPS, através da amiga e escritora, poeta e também chargista Maria Fortuna, sobre o fato de um jornalista haver chamado ,de "heróis", os habitantes da "casa" onde a Globo confina os "Big Brothers".Penso que ele usou a palavra de forma coloquial (não como adjetivo), uma vez que hoje se diz "Brother ", como se dissesse"Cara, Amigo...Mas essa fala gerou um interessante texto, acompanhado de imagens, dos anônimos que cuidam dos demais, em especial dos carentes e necessitados, das víitimas situacionais.

Minha amiga é extremamente sensível, até por haver exercido a profissão de Assistente no INAMPS, hoje extinto, onde atuei também como psicóloga.Ali, vimos a cara do povo brasileiro sofrido, doente em todos os sentidos da palavra, buscar ajuda, assistência, conforto.,E fizemos tudo que podíamos, bem sei,mas sempre por sentir que era aquilo mesmo que deveríamos fazer, não para receber elogios ou promoções que sequer existiam (a esperada "progressão funcional", um mito.Melhor;assim , ali trabalhavam os que realmente tinham a vocação para a relação de ajuda).Agradeço o envio precioso, passível de muitas reflexões, que repassarei.

Certamente, a expressão "heróis" usada pelo jornalista, tinha uma conotação de outro adjetivo:resilientes, por exemplo, por resistirem ao confinamento.No entanto, "Herói",desde os tempos antigos, tem mesmo uma amplitude maior, bem no limite entre os deuses e os humanos, os semideuses mitológicos, as pessoas que na História ou na história de vida, deram seu exemplo humanitário ,de cxoragem ou militância.
Penso que vale a pena ver o exemplo das pessoas e entidades mostradas nesse PPS, quais os membros dos "Médicos sem Fronteiras".

Quando coordenávamos , no Hospital Júlia Kubtischeck, em Belo Horizonte , o PAISCA (Programa de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente), houve o Congresso Internacional "L'Espoir sen Frontiers"(Esperança Sem Fronteiras".Havia suiços, africanos,pessoas que se ofereciam pelo BEM-ESTAR das pessoas.Uma deputada de Angola veio pedir pelas crianças, órfãs da guerra civil e muitas mutilidadas pelas minas.Encaminhei-a ao então Presidente da República, Itamar Cautiero Franco,com uma carta, pois quando era professora e jornalista em Juiz de Fora e ele um jovem Prefeito, ao ler minhas reportagens sobre o precário estado do Grupo Escolar Estadual Professor José Freire (um exemplo:paredes de pano, entre as salas de aula,funcionando precariamente na Paróquia do Bairro Industrial, porque o prédio original estava se desmanchando: lecionávamos e caía reboco em nossas cabeças e das crianças).Ele então,apesar do Grupo Escolar ser estadual, mandou ,pela Prefeitura ,três prédios pré- fabricados,lindos,de madeira, para atender à demanda,serem instalados no terreno.. .
Jamais esqueci esse gesto.Tempos depois, recebi pelo Correio uma voto de louvor da Cãmara Municipal, pela minha "coragem".Fiquei pasma.Os vereadores, Claudio Victor Renaut,e Pedro Nagib Nasser, com quem eu jamais conversara, espantaram-se porque eu, funcionária estadual, à época, ousara afrontar o Status Quo da Ditadura denunciando as péssimas condições da escola onde lecionava.

Não foi um ato de coragem de uma jovem repórter, creio ,mas de solidariedade e confraternidade para com os pequenos alunos, as colegas professoras e a instituição escolar."Você arriscou-se a ser presa, disseram-me os intectuais e Poetas no NUME (Núcleo Mineiro de Escritores, aoi qual eu pertencia e que freqüentara diariamente ).Ora, pensei, que coisa!" Para ser justo e buscar o Bem, nunca é preciso necessariamente raciocinar, usar estratégias para agir : basta olhar o Outro e fazer.E sempre acredito que nós, autores, temos a palavrarma,a palavramor, que tanto encantaram o Poeta Plynio Sgarbi quando as escrevi em uma crônica, ele próprio, um combatente do "Bom Combate" com sua verve.intigante.Escrevemos sobre crianças de rua, pessoas morando a céu aberto...E,como nós, muitos escritores e poetas podem e devem-o que para muitos é uma profissão de fé"combater o bom combate-.

Nesse cito Congresso "Esperança Sem Fronteiras" (*) (o Presidente Mundial era o jornalista africano Monsieur Sokeng, que levou versos meus sobre a infância e a adolescência, para publicar em seu jornal), foi passado um abaixo assinado pelas mulheres estupradas nas guerras étinicas, e falou-se, sobretudo, da obtenção da paz intrafamiliar, que os africanos chamavam de Bem Estar (de la couple- a célula mater de qualquer situação pacífica ou não, será sempre o casal, que gera sua família nuclear e de cuja educação, saem os cidadãos de um país, sua atitude perante os semelhantes, seu respeito ou descaso).O papel precioso da ed ucação escolar jamais deve ser esquecido, mas aos pais não devem escolar esse papel completamente aos professores.Da matriz, as raízes hão de se tornar benéficas ,fortes, reprodutoras de bons costumes e cultura.
Na adolescência , escrevi aquele poemeto já transformado em PPS e que corre pela Internet, muito simples, quase um confiteor:"A paz é meu bem Maior".E espero, assim será para sempre.

Convoco todos os Poetas e autores a exercerem seu livre arbítrio em prol da PAZ e da SOLIDARIEDADE

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Embaixadora Universal da Paz, (Cercle de les Ambassadeurs de la Paiux, Genebra, Suiça),Poeta Honoris causa pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa,para oito Países lusófonos., Cônsul Z-C de Poetas del Mundo, Vice-Presidente do imersão latina, Diretora regional do InBrasCi em Belo Horizonte, MG.

O recado da Mariinha:

From: Maria de Jesus Fortuna Lima
Date: 09/02/2008 09:44
Subject: AJUDE a DIVULGAR...
To: ana.saldanha@terra.com.br

Cecéu tem razão. Vejam sua reflexão a cerca do conteúdo deste arquivo.

Bjos

Mariinha


HEROIS.PPS
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Rádio ALFA FM de Paris,Fr, divulga o ECOS DA POESIA



Nelin nos envia a note abaixo, sobre o grupo Ecos da Poesia (Portugal/Brasil),que congrega muitos bardos e é tece a manta da solidariedade (Clevane Pessoa, divulgação do InBrasCI-Diretoria Regional):


"O Grupo Ecos da Poesia vai estar amanhã dia 9 de Fevereiro às 05:15h hora de Portugal, (esta madrugada) na Rádio Alfa FM de Paris, França
A locutora (radialista) Alzira Macedo vai fazer essa apresentação e falar principalmente do cenário As Letras da Pintura, dedicado aos 120 anos do nascimento de Fernando Pessoa e que está neste momento a decorrer no nosso site e cuja organização está a cargo da nossa gerente pelo Brasil, a poeta Nelim Monti. nelin@netsite.com.br
Para ouvir acesse http://wwwradioalfa.net ou se estiver na Europa pode sintonizar o satélite Astra, instruções de sintonização no site
A radio Alfa é uma radio de emigrantes portugueses que mantem laços com outros Portugueses ou povos de lingua Portuguesa espalhados pelo mundo.
È uma radio que abrange atraves da internet , satelite e ondas FM todo o mundo
O Grupo Ecos da Poesia deseja-lhe uma boa audição"


O nosso bem-haja
Mercêdes Pordeus - Brasil
Victor Jerónimo - Portugal
http://ecosdapoesia.net

Divulgar o Grupo Ecos da Poesia é contribuir para a divulgação das letras"

Phalábora de Gustavo Dourado (Amargedon)é selecionado pela Unesco.


Gustavo Dourado, tem seu livro Phalábora indicado pela UNESCO.Salve, mestre!



Em 2006,publiquei em meu blog de divulgação cultural(http://www.clevanepessoa.net/blog.php):

Gustavo Dourado em destaque em "Autoria" e Cronopius"
O livro Pharábola,de Gustavo Dourado,do qual sempre falo,foi incluido no site www.autoria.net



Equipe Autoria.net
www.autoria.net

Phalábora, Gustavo Dourado
www.gustavodourado.ebooknet.com.br
É possível transitar em um mesmo livro pelos meandros do manifesto social, por homenagens póstumas com bela carga de saudosismo e, principalmente, por graciosos jogos de palavras com sentido puramente reflexivo?
O poeta baiano Gustavo Dourado provou que sim. É possível reunir todos esses elementos e algo mais. Em seu livro de poesias Phalábora – note que as brincadeiras com as palavras começam no título da obra – Dourado despeja, com a autoridade de um poeta reconhecido nacionalmente, todas as suas idéias e “viagens” por temas e episódios. Revela também sua extensa gama de influências, rompendo mais tabus. Seus mestres percorrem uma escala improvável, estendendo-se pelo erudito e popular. É notável a influência de Carlos Drummond de Andrade, da mesma forma que também identificamos traços de Patativa do Assaré, famoso cordelista cearense. Há até mesmo elementos do concretismo de Haroldo de Campos.
Outro elemento decisivo em seus escritos é a visão critica inteligente e cheia de sensibilidade. Versos que misturam o nacionalismo da primeira fase do romantismo com a inclusão de estrangeirismos do tropicalismo e manifestos do modernismo marginal de Lima Barreto. No livro Phalábora, é possível encontrar várias poesias com belas doses de crítica a globalização e a política externa norte-americana.
O jogo de palavras muito bem utilizado nos remete a trocadilhos e versos assustadoramente interessantes. Não à toa o celebre dicionarista e ex-Ministro da Cultura do Brasil, Antônio Houaiss, chamou Gustavo Dourado de “bruxo das palavras”. Tais poesias sociais seguramente são frutos da influência sofrida por Gustavo Dourado, nos seus tempos de estudante universitário na UnB, em Brasília, onde estudou letras. Na época, foi um ativo membro do movimento estudantil, participando de diretórios em diversos níveis e chegando a ser delegado da União Nacional dos Estudantes, a UNE.
No livro Phalábora, também há espaço para poesias com forte teor mitológico e lendário. Talvez, também fruto da cultura popular sertaneja absorvida por Dourado em seu período de vivência no nordeste Brasileiro. É exemplo o poema nativista Sinfonia do Verde.

Autoria.net"

Além disso,ele está em Cronopios,segundo esse recado mui simpático;

"Obrigado, Clevane:
Agradeço as suas palavras e incentivo.
Convido para ler o CineCordel em Cronópios:
http://www.cronopios.com.br/site/colunistas.asp?id=1334
Tudo de bom...
Parabéns pelo Dia das Mães...
Bjs
Gustavo Dourado"

Escrevi essa "Carta Aberta a Gustavo Dourado " e a postei no Recanto das Letras.
Penso que cabe aqui,transcrevê-la:


Caro amigo douro,dourado:

Quando te indiquei para o Encontro Nacional de Poesia,do Belô Poético, para o qual também estava sendo convidada,além de apreciar há tempos nossa amizade virtual, que embora parca e à distãncia,muito me aquece,o fiz em especial por um motivo:seres cordelista.Não porque, mas apesar de.Incluis o cordel em tuas transições poéticas e quando percorres de uma galáxia à outra de tua caminhada de versos,ele é teu cartã9o de visistas.
Ando fula com certos poetas emproados que chutam trovas e cordéis, porque as rimas dão a falsa impressão de des/literatura.Lembro que quando conhecia tua verve, foi através de Phalábora, e-livro virtual que deixou-me meio que sem fôlego, num valsar de energia pura,e então, te escrevi:



Phalábora:


"Gustavo:Parabéns pela coragem de colocar um livro tão precioso na Internet.Confesso que até hoje só ousei colocar a poesia menos elaborada, por já ter sido vítima de plagiadores.Gostaria de saber se Phalabora existe também editado no papel...Em caso positivo,mande a editora e indique-me como tê-lo.
Preciso dizer o quanto gostei?O título já é de per si, um achado.O labor elaborado.A fala do labor.O labor da fala.O Falus.Phalas Atena determinando a Philosofia.A SOPHIA.A POIESIS parlando por teu falo.O fato falado.A IMAGEM no enganjement.O poder do falus e das falas.Teu poder de Poeta/metapoeta/metaphórico.Rico de imagens sincronizadas,"o tempora, o mores!".Que belíssimos jogos!LUDUS x LIÇA:o brincar e o combater.O Prazer embutido nos NÃO e nos SIM.A Perfeita Harmonia .Assimilação do SER ao aparente Não SER.A simbologia cromática.Embutida nos versos, a falacusatória, a falamante,a falardente:sarça que não se apaga...
Um abraço:Clevane Pessoa de Araújo Lopes"
Nem sei se te lembras disso.Nem eu lembro em que ano foi.Phalabora é de Poesia concreta, densa, mas abstrata,tênue.Mais a beleza plástica das iluminuras hodiernas.E acentuo:somente o bom poeta é bom cordelista, de patativa do assaré, com a grandiosidade da alma simples, jamais simplória,a Rodolfo Cavalcanti,de Jequié,na Bahia, para quem, mocinha fiz,capas de livros,enviando-as, de Juiz de Fora, onde militei na imprensa, para ele.
Quando soube que havias feito uma tese de formatura em codel, vibrei.E daí em diante, venho acompanhando teu tracejar de cordelista.O mais recente(penso),foi para cantejar Raul Seixas-em seu (U)niver(so):Uni, verso,só relembrado.
Às vezes, Gustavo, surpreendo-me a rir,imaginando um desses poetaços de versos brancos(tão deliciosos de fazer),a suar para conseguir metrificar as quatro linhas da trova, as seis da sextilha.Nunca mais haveria de menosprezar cordelistas.
Poesia é ave de grande envergadura, asa a asa...De grandes vôos.De muitos emplumares.Trocas de árvores, voltas aos ninhos e ninhais.E o Poeta a acompanha com amorosolhar.Assim és, se te permitem e se não.Tens a mesma grandiosidade de teu sobrenome.E brilhas.
Um abraço cordifraterno:de conhecer-te ando à espera.No real, pois no virtual,já te penso tanto quanto soi ser um amigo.E quero te apresentar uns que aqui em Minas Gerais fiz.O encontro cito é daqui a alguns dias,bem o sabes.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 13/05/2006 às 01h47

***>>><<<***

Phalábora de Gustavo Dourado é selecionado pela Unesco.
www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/gustavodourado.htm
UNESCO Libraries Portal
Poemas e cordéis de Gustavo Dourado:
www.gustavodourado.com.br
www.gustavodourado.com.br/poesia.htm
www.gustavodourado.com.br/cordel.htm

Breve fortuna crítica e opinião de leitores.

Título: Phalábora
Autor: Gustavo Dourado
(http://www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/gustavodourado.htm)

Sob o signo da invenção, o baiano oriundo de Ibititá (região de Irecê), Chapada Diamantina, mas residente em Brasília, Gustavo Dourado, de pseudônimo Amargedom, propõe-se a reinventar e, com tal intenção, envereda sua poesia pelos campos da ecologia, da informática, da política, da economia, do cinema, das artes gráficas, da semiótica, da crítica e da sátira, da ironia, da denúncia, da literatura de cordel, de muito mais e de tudo enfim procurando abrir brechas na vastidão de possibilidades que lhe oferecem as palavras e uma prole numerosa de signos icônicos e indiciais.
Trata-se de um criador multimídia, a movimentar um poderoso arsenal de recursos poéticos e transpoéticos, de inesgotável utilização dentro de sua determinação em desvendar os segredos do mundo e denunciar suas mazelas, fazer apologias e proferir julgamentos, inventando linguagens e postando-se em estado permanente de criar. Não recua diante da necessidade de criação de novas palavras, por fusão, aglutinação ou justaposição, nem diante do caos em que porventura essa fertilidade resulte.
Quanto a isto, a terra é fecunda, por vezes apocalíptica. Glauberrando, cinemagia, Rimbaudelaire, fonemastigando, termos colhidos a esmo, são apenas alguns exemplos, de que o verbo volpintar, usando o sobrenome do pintor italiano-paulista, impressionou o crítico de arte Olívio Tavares de Araújo.Poundiano, concreto, expressionista, pop, rótulos por certo não faltarão para pregar na testa de Amargedom, em quem Darci Ribeiro viu "o faro, o ritmo, a vibração, a energia e a criatividade dos grandes poetas", e Affonso Romano de Sant'Anna, uma poesia a estilhaçar "ironias em granadas a granel, infinita e iluminada". Moacyr Scliar o qualificou como "expressão maior da cultura brasiliense".

"Phalábora, Gustavo Dourado

É possível transitar em um mesmo livro pelos meandros do manifesto social, por homenagens póstumas com bela carga de saudosismo e, principalmente, por graciosos jogos de palavras com sentido puramente reflexivo?

O poeta baiano Gustavo Dourado provou que sim. É possível reunir todos esses elementos e algo mais. Em seu livro de poesias Phalábora – note que as brincadeiras com as palavras começam no título da obra – Dourado despeja, com a autoridade de um poeta reconhecido nacionalmente, todas as suas idéias e "viagens" por temas e episódios. Revela também sua extensa gama de influências, rompendo mais tabus. Seus mestres percorrem uma escala improvável, estendendo-se pelo erudito e popular. É notável a influência de Carlos Drummond de Andrade, da mesma forma que também identificamos traços de Patativa do Assaré, famoso cordelista cearense. Há até mesmo elementos do concretismo de Haroldo de Campos.

Outro elemento decisivo em seus escritos é a visão critica inteligente e cheia de sensibilidade. Versos que misturam o nacionalismo da primeira fase do romantismo com a inclusão de estrangeirismos do tropicalismo e manifestos do modernismo marginal de Lima Barreto. No livro Phalábora, é possível encontrar várias poesias com belas doses de crítica a globalização e a política externa norte-americana.

O jogo de palavras muito bem utilizado nos remete a trocadilhos e versos assustadoramente interessantes. Não à toa o célebre dicionarista e ex-Ministro da Cultura do Brasil, Antônio Houaiss, chamou Gustavo Dourado de "bruxo das palavras". Tais poesias sociais seguramente são frutos da influência sofrida por Gustavo Dourado, nos seus tempos de estudante universitário na UnB, em Brasília, onde estudou letras. Na época, foi um ativo membro do movimento estudantil, participando de diretórios em diversos níveis e chegando a ser delegado da União Nacional dos Estudantes, a UNE.

No livro Phalábora, também há espaço para poesias com forte teor mitológico e lendário. Talvez, também fruto da cultura popular sertaneja absolvida por Dourado em seu período de vivência no Nordeste Brasileiro. É exemplo o poema nativista Sinfonia do Verde". (30/03/2007)
Tiago Zaidan, http://autoria.net/

"Em Phalábora, escritura de uma consciência sintonizada com o cosmos, Amargedom homenageia a criação, os criadores, as criaturas.
Original na construção de sua gramática poética, retira da palavra, desde a coloquial à erudita, a carga poética do som que traduz imagem. As palavras se partem, se colam, se justapõem, se penetram e vão armando seu jogo. Nisso, ele alcança a poesia enxuta, essencial, de impacto. Então o artefato poético se tece sobre novos signos, novos sons, novos sentidos e o artesão da palavra vai desvendando o sabor de "ser sábio, ser sóbrio, na dança do saber".
A grandeza da poesia desse "surfista alquímico da palavra" atesta-se pelo compromisso com o fazer poético, através da criação de uma linguagem nova e vibrante, e pelo engajamento com o ser humano e com o contexto sócio-histórico".
Gislene Barral, professora e mestra em Literatura Brasileira pela UnB. 2001
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"A obra de Amargedom (Gustavo Dourado) fornece material excelente para avaliar os caminhos e descaminhos da poesia brasileira.
A fratura do signo a que Amargedom submete a língua portuguesa, encontra seu sentir-pensar na tradição modernista e vanguardista, esta sendo compreendida em termos de seu contexto e totalidade e não na pulverização das estéticas periféricas.
Amargedom! Seu destino é caminhar entre os verdadeiros achados poéticos, em que as palavras se intercruzam... Caminhar por entre as diferenças, captá-las e apreendê-las na expressividade da linguagem, na metáfora explêndida para que se renove o fluxo criativo do idioma.
Amargedom atinge um espaço discursivo privilegiado por meio do qual as virtualidades do idioma são concretizadas.
Amargedom incorpora o vanguardismo autotélico ao mesmo tempo que abre-se para a comunicação via influência e espontaneidade e oralidade do Cordel.
O sucesso do poeta Amargedom é conciliar a reflexão acerca dos mecanismos expressivos da linguagem ao mesmo tempo que não extingue o pensamento arquetípico, mítico, simbólico, com sentido problemático da existência, em meio às suas opções ontológicas.
O destino de Amargedom é de ultrapassagem, um caminho para a expressividade que ele consegue concretizar em verso".
Marcos Mota, crítico literário e professor da UnB. 06/09/1992
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"Gustavo Dourado,
Parabéns!
Não sei se ja lhe disse -- apreciei bastante o cordel sobre Ariano Suassuna;
Amigo e orientador faz muitos anos.
Abraços." (27/08/2007)
Mark Curran - Arizona State University
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"Gustavo Dourado Amargedom: Poeta do Repente e da Beleza".
Ferreira Gullar. 18/09/80
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"Gustavo Dourado: Poeta inovador, criativo, revolucionário, instigante, oswaldiano, pós-modernista". Francisco de Assis Barbosa, Academia Brasileira de Letras, Academia Paulista de Letras. 1981
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"Amargedom é um poeta que desafia a linguagem, atomiza o verso, cria e recria a língua com extrema habilidade. É um feiticeiro da palavra".
Carlos Drummond de Andrade. 15/01/84
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"Gustavo Dourado (Amargedom): Autor dos melhores na técnica de versejar - tão difícil - mas tão bem sucedido".
Prof. Antonio Salles. UnB. 1985
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"Amargedom: Revolucionário poeta neoconcretista. Dedilha habilmente suas fusões fonêmicas". Jornal Campus, n.º 66. UnB. outubro de 1984
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"Amargedom: Poeta Cordelista, apresenta-nos versos onde o som é a característica principal, o som do casamento de vogais e consoantes, como no belíssimo "O Brasil quem U.$.A sou E.E.U.U".
Anand Rao. Correio Braziliense.
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"Todo Linguátomo é a língua. É a descoberta de palavras, conjugação nova de sílabas, sentidos ocultos que fazem ruir ou nascer. Toda a obra de Amargedom é marcada por uma preocupação estética, pela experimentação lingüística. Com base no estudo aprofundado dos grandes mestres. O poeta procura inovar a linguagem, reinventa a língua portuguesa utilizando todas as influências lingüísticas".
Carmem Moretzsohn, Jornal de Brasília. 18/05/1991
"Ao contrário da geração mimeógrafo, que há pouco mais de dez anos veiculava poesias através de produtos mal-acabados e sem atrativos visuais, o poeta Gustavo Dourado (Amargedom), neste início de década, lança Linguátomo, conseguindo baratear os custos de uma edição ao criar uma interação artística entre poesia, a editoração e a serigrafia. Quebrando as fronteiras do tempo, ele, após desfiar o "único verso unido", apresenta um universo por onde passeiam"Guimã-Rosa" entre Gregório de Matos Guerra, Machado de Assis, Cecília Meireles, Jorge Amado entre outros. Em Performática, invoca o espírito Oswaldiano para, em seguida, cair em sua própria Solidão "atomicatônita", de onde se levanta para esculpir metamorfoses sonoras embalado por Jorge Luis Borges".
Mônica Silva da Silveira, Correio Braziliense. 27/05/1991
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"Gustavo Dourado(Amargedom) Você tem o faro, o ritmo, a vibração, a energia e a criatividade dos grandes poetas".
Darcy Ribeiro. 18/05/91
"Gustavo Dourado Poeta com invenção na linguagem e permanente criatividade no verso. Excelente. Alma literária erodindo a língua".
Jorge Amado. 30/06/91
"O seu poema, O Brasil quem U.$.A sou E.E.U.U., é forte, interessante e criativo".
Trovador pós - moderno.
Augusto de Campos. 24/10/92
"A sua poesia estilhaça ironias em granadas a granel, infinita e iluminada".
Affonso Romano de Sant'Anna. 1992
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"Amargedom: Parabéns pelo domínio do jogo da palavra e pelo conhecimento que o embasa. Gostei do verbo "volpintar".
Olívio Tavares de Araújo, crítico de arte. 03/12/92
"Amargedom! Poeta do Elétron, profeta do Éon, asceta do Ágon, nos acordes da luz que se propaga de Luiz Gonzaga no acordeom!!! Abraços!".
Jorge Mautner, cantor. 11/02/96
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-"Amargedom, com Phalábora, inaugura uma linguagem "sui generis" na consciência poética do Brasil. A metáfora para esse poeta é a razão da sua própria epopéia do gênesis baiano ao Apocalipse do cerrado brasiliense". Heitor Humberto de Andrade, jornalista e escritor. Brasília. 04/06/1993
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"Poeta Gustavo Dourado, vulgo Amargedom, vigoroso poeta e dileto amigo que do Apocalipse desce sobre nós, e o recebemos alegres. Com a admiração crescente e o abraço forte".
Antônio Carlos Osório, Presidente da Academia Brasiliense de Letras, Ex-Presidente do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal.
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"Poeta Gustavo Dourado (Amargedom): lídimo, lúdico, lúcido, lúbrico, lícito, lépido levitador de idéias".
Márcio Catunda, escritor e diplomata.
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"Gustavo Dourado Amargedom: Grande poeta, poeta de primeira, poeta baiano-brasiliense. Poeta erudito-popular, magnífico concreto".
Ronaldo Fernandes - Poeta e Romancista, Prêmio Casa das Américas - Cuba.
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"Amargedom ataca de "Linguátomo": poemas em forma de cordel e de invenção de palavras, quer juntando-as, quer criando neologismo".
Jornalista Menezes y Morais, Ex-presidente do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal. Maio de 1991
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"Amargedom: É um Dom. Best Poeta.
Amargedom:
Rama
Modeg
Amar
Ge
Dom
Amar
Ge
Dom
Mar".
Renato Matos, cantor e compositor.
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"Caro poeta Gustavo Dourado. Parabéns pelos belos poemas tão bem alinhavados com teoria, técnica e saber literário. Você é um verdadeiro mago das palavras. Phalábora é uma obra de fenomenal engenharia poética. Com ela você inscreve o seu nome no livro de ouro da literatura brasileira".
Adrião Neto, escritor e dicionarista Autor do "Dicionário bibliográfico de escritores brasileiros contemporâneos.
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"Amargedom, o "condor baiano no Planalto".
Hugo Mund Júnior, poeta e artista plástico.
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"Amargedom: poeta cuja poesia é um eterno canto de liberdade e que trouxe ao seu tempo e espaço a cultura viva do cordel. Antropófaga com as raízes e a forma do cordel, a indústria cultural contemporânea. Com sua poesia combativa e audaciosa, põe a nu conflitos sócio-culturais".
Jornalista Márcio Araújo, Cordel: Comunicação pela cultura popular Departamento de Comunicação UnB.
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"Gustavo Amargedom: o poeta dourado, ouro alquímico. Poeta de luz concreta".
José Santiago Naud, poeta, ensaísta e professor.
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"A inspiração do genial Gustavo Dourado vem desde os 5 anos de idade, quando começou a ouvir com atenção o canto dos pássaros, o mugido das vacas e dos bois, os casos, os pensamentos e as anedotas muito comuns aqui em nosso sertão. Cresceu e começou a escrever comg rande talento. Gustavo é motivo de orgulho para nós da Chapada Diamantina Setentrional onde se encontra Irecê/Ibititá/Recife dos Cardosos, lugares que ama e que faz questão de divulgar. Gustavo Dourado é um patrimônio intelectual não só do sertão, mas deste imenso país, pois seu trabalho é lido por milhares de pessoas e está democraticamente disponível para todos através da internet. Um escritor polivalente que faz desde versos divinamente inspirados, a crônicas sobre os mais diversos assuntos. Aprendi a admirar esta pessoa incrível de quem sou fã". (31/12/2005)
Jackson Rubem Barreto, Jornalista, Pesquisador, Escritor e Historiador.
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"Poesia cibernética de Gustavo Dourado....

Autor de nove livros de poesias e pesquisador da cultura popular, o escritor Gustavo Dourado é destaque na Internet. Sua página www.gustavodourado.com.br foi selecionada pela Unesco como referência em poesia e cordel: www.unesco.org/poetry.
No momento, seu site está em primeiro lugar no PageRank do Google, nas categorias fanzine, literatura, poesia e escrita online: http://www.google.com/Top/World/Portugu%C3%AAs/Artes/Literatura/Poesia/Escrita_Online/?il=1 Desde 1997, Gustavo Dourado é conhecido como poeta cibernético devido a sua constante atividade criativa na Web. Como colaborador, escreve artigos, poesias e textos para vários sites, entre eles o Jornal de Poesia, Cronópios,Usina de Letras e Prefácio. Alfabetizado no cordel, aborda diversos temas e experimenta várias linguagens artísticas. Foi militante estudantil (UnB) e cineclubista. Fez centenas de cordéis sobre cinema, política, literatura, arte e para personalidades como Paulo Freire, Glauber, Clarice, Machado, Lima Barreto, Cora Coralina, Joyce, Guimarães Rosa, Patativa, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Rimbaud, Chico Buarque e Pixinguinha.
Sua poesia foi tese de mestrado em Minas e de doutorado na Universidade da Paraíba. É pesquisado por estudiosos da França, Itália, Alemanha e Estados Unidos." (21/04/2007)
Maria Félix Fontele/Maria do Rosário Caetano
"Trata-se de um poema que tematiza o ato de escrever, em linguagem complexa, cheia de neologismos e polissemia; interessante para discutir os recursos investidos na invenção poética: quanto valem e qual o resultado final" (20/05/2007)
João Silvério Trevisan, que selecionou o poema SCRIPTORE, de Gustavo Dourado para o SESC-São Paulo.
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"Gustavo Dourado (Amargedom), poeta libertador, forte, resistente, guerreiro, conjurado, cepa lusitana, seletivo, evangelista, descobridor.
Você está de parabéns pela difusão nacional e internacional que seus estudos e suas composições de cordel estão ganhando. É justo que se reconheça o mérito de quem trabalha e de quem tem talento.
Pparabéns pela sua atividade de cordelista, sempre e cada vez mais em evidência! É bom ver e ler suas históricas criações sobre os grandes eventos culturais e grandes figuras literárias brasileiras que você sabe converter muito bem em cordel ritmado - cordel que se torna, a seu tempo, num arquivo precioso e alternativo para a memória local e brasileira. Sempre brilhante, sempre atual o seu cordel e com um veio crítico adaptado à sensibilidade do povo

Prof. João Ferreira,
UnB e Universidade Católica de Brasília. 1999
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"Grandioso amigo, poeta experimental e cordelista Gustavo Dourado.
Parabéns pelos trabalhos desenvolvidos em prol da cultura, literatura e artes no Brasil. Sempre leio os cordéis no seu site e na sua coluna em Cronópios (São Paulo, SP). O seu trabalho em prol da literatura e empenho na divulgação de novos autores e consagrados é exemplar." (20/05/2007)
José Aloise Bahia, Jornalista e Escritor
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Gustavo Dourado:
Como sempre bem informado.
É de pessoas como você que nossa sociedade precisa para ser mais consciente, mais culta, mais crítica e melhor. É muito bom e enriquecedor trocar informações com uma pessoa tão inteligente quanto você. Aprendemos sempre. Parabéns pela sua influência contínua no nosso meio literário e, pela repercurssão que seu trabalho com o Cordel tem alcançado. Aliás, tem se insurgido "além mar..." e com reconhecidos elogios e corroborações como o poeta "Cordelista" do nosso século, o que muito nos orgulha, com certeza. Os ventos sopram ao seu favor... as estrelas ficam mais cadentes...as noites mais calientes...e o nosso coração cheio de fervor...quando Gustavo Dourado, nosso poeta cordelista, registra nossa dor e nos fala do amor de mãe..,de mulher.. e do ser humano... com tanto calor... Sua poesia é de grande contribuição para a cultura brasileira. É uma poesia rica, criativa, reflexiva e que nos faz pensar e nos reciclar...Temos que acreditar num mundo melhor, e você abre para nós um "portal" de possibilidades com a sua produção literária.Gostei imensamente do texto informativo sobre a literatura de cordel.
Você, é hoje, nos tempos modernos contemporâneos, sem sombra de dúvidas o representante da importância do Cordel para a nossa "Literatura Brasileira".
Quiçá, todos os jovens estivessem sempre em contato com as sua produção literária.Acho que isso está muito perto de acontecer. Muitos êxitos e realizações para você." Parabéns!!!!
(28/05/2007)
Isabela Carlos, Professora, Brasília-DF
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"A Poesia de Gustavo Dourado (Amargedom)

Gustavo Dourado desenvolveu uma linguagem particular para compor sua poesia. Não espere o leitor entendê-la com apenas uma leitura. É preciso ouvi-la, é preciso senti-la com o coração. Uma prova disso é o seu poema Sint@xe-se, composto, provavelmente, em comemoração ao Dia dos Namorados 2007.Embora utilize termos das lições de gramática, o poema se constitui em uma metáfora do encontro apaixonado de um casal com todos os elementos de uma vida a dois, alegrias e tribulações:

"Im pessoal, o verbo venta,
inventa, reinventa...
Defectivo, tro veja, chove,
Relam peja, etc e tal."

Porém, com um final feliz:

"A gente se beija:
Com encanto, quântico...

Nus, entre tanto(s):
Tântricos..."


Um convite à fantasia, ao desejo, ao sonho de um amor eterno." (23/06/2007)
Paccelli José Maracci Zahler
"Sem querer comparar, Gustavo, V., com a utilização de palavras não usuais, me lembra Augusto dos Anjos em 'Sou uma sombra, venho das moneras. Polipo de recônditas reentrâncias...'
Muita cultura, mesmo." (14/04/2007)
Théo Drummond
"Gustavo, é você é tudo o que meu padrinho escreveu, mas ele foi polido, porque eu escrevi: Ele é uma caminhão (scania) de sabedoria. Gosto de pessoas inteligentes, de conteúdo literário e que tenham uma expressão forte ao escrever e tens todos os quesitos e muito mais.
A poesia Figur@tiva demonstra bem a sua interação, de mente intelecta com inspiração, que resulta em obras maravilhosas." (14/04/2007)
Tânia Mara Camargo
"Convidei uma amiga para que viesse ler os escritores do Planeta. Se gostasse eu queria-a participando conosco.
Veio, e de todos que leu, me disse ela que vc foi o que despertou nela maior admiração. Ela aceitou meu convite e fará parte dessa nossa família à partir de agora. Portanto te apresento minha amiga, uma nova escritora do planeta à partir de hoje; e sua mais nova fã.
Ela disse que vc era, 'um caminhão de competência nos versos', olhando seu texto acima, eu diria que ela economizou!" (14/04/2007)
João Braga Neto
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"Grande mestre Gustavo Dourado, é impressionante a maneira que nos transmite, usa de forma simples e ao mesmo tempo gigante pela própria natureza.
Feliz aquele que pode usufruir sua sabedoria.
Só tenho a agradecer essa oportunidade ímpar.
Parabéns por ser esta pessoa de mente brilhante e coração radiante!" (03/09/2007)
Beatriz Belle - Goiânia/Goiás

------------------------------------------------------------------------------------------"Essa brincadeira com as palavras muito me encanta também!
belíssimo!
Bjs!" (02/02/2008)
Aline Vieira Franco, Portal Comunique-se (Estudante)
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Muito linda a sua poesia, realmente atual, irreverente, revolucionária.
Parabéns pelo reconhecimento, vale demais!" (22/09/2007)
Kranti Pessoa, Poeta e astrólogo.
"Olá, Gustavo Dourado

Que produção!
Que qualidade!
Tenho lido tudo que você me encaminha.
(02/10/2007)
Drª Eva Waisros, Profª - UnB
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"É o maior poeta do Cordel na história atual do nosso Brasil..." (28/04/2007)
Efigênia Coutinho
AVSPE - Santa Catarina
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Gran cordelista Gustavo Dourado.
Seus cordéis são históricos, muito bons e ilustrativos.
Seu trabalho é magnífico. " (02/05/2007)
Dom Fiuza
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"Dando seqüência escuto
Neste foro abençoado
Um extraordinário talento,
Um nome já consagrado,
Sempre versátil e fiel
Na cultura do cordel
Que é Gustavo Dourado".
(05/04/2007)
Medeiros Braga
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Tema: Cordel para Cordel para William Shakespeare
"Que sofisticação!
Meu amigo Gustavo Dourado, já há tempos internacional, nos informa e esclarece sobre a vida de Shakespeare!
Haja cordel de qualidade e beleza!
Parabéns pelo trabalho
(12/01/2008)
Sandra Fayad
Tema: Cordel para Cordel para William Shakespeare
"Querido Gustavo Dourado
desta vez, você extrapolou: maravilha de cordel!
Shakespeare bem merece, mas você conhece o poeta, grande poeta que é.
Um beijo e votos de Feliz Ano Novo" (12/01/2008)
Maria Lindgren, Rio de Janeiro
"Poeta e Escritor Gustavo Dourado, teu trabalho é bonito e teus Cordéis são verdadeiras obras de arte.
Beijos poéticos da gaúcha tua fã desde há muito tempo desta Internet." (12/01/2008)
Angela Lara, Rio Grande do Sul
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"Caro amigo Gustavo Dourado, parabéns mais uma vez, de centenas de cordéis... criados e paridos na força da criatividade "Gustaviana". Tu és um cérebro em ebulição e efervecência permanente jogando letras para todos os cantos do universo sideral... só basta, estar em sintonia perfeita para captá-los..." (26/11/2007)
Toninho de Souza
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"Um escritor emergente da literatura tradicional e um dos mais conhecidos da literatura virtual brasileira Gustavo Dourado, nove livros físicos e dezenas de e-books. Educador e, eventualmente revisor de textos, esse baiano, de 47 anos, residente em Brasília, respira literatura como ar. Apaixonado pelo Cordel desde três anos de idade, estuda e pesquisa e, ao mesmo tempo, é estudado e pesquisado por estrangeiros interessados em conhecer a história da criação popular no Brasil. Uma vida dedicada aos livros o ensinou o quanto é difícil o reconhecimento e o acesso ao fechadíssimo universo do livro das editoras, dos livros nas prateleiras e dos cadernos literários dos jornais." (08/12/2007)
Clésio Boeira, Jornalista e editor - www.planetaliteratura.com
"Estamos diante de um escritor que dispensa apresentações, afinal, quem não conhece Gustavo Dourado? Entretanto, num país que carece de nomes que elevem nossa cultura ao lugar que merece, Gustavo é um expoente com pouquíssimos pares. Culto como poucos e com uma bagagem literária rara, o poeta "dourado" é uma referência no universo das letras." (08/12/2007)
Autores & Leitores
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"Recebo até sem jeito,
O que me deixou honrado,
Misturar-me com o melhor,
Eu fiquei mais 'abestado'
Coisa de amigo velho,
Vem de Gustavo Dourado

Este Gustavo Dourado,
Não passa d'um menestrel,
Um fazedor de amigos,
Espalhando-os em cordel,
É um vate, um repentista,
Que divulga a sua lista,
Cheia de brilho e de mel.
(22/12/2007)
Kydelmir Dantas, Mossoró/dez-07
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"Mestre Gustavo: belíssimo trabalho.
Você sempre nos surpreendendo.
Sua cartola é inesgotável, do tamanho do seu amor pela cultura brasileira.
Uma vocação admirável para servir.
Cada dia mais seu admirador.
Receba o abraço
do Comendador Velho Ranja" (20/10/2007)
José Rangel de Farias Neto
"Prezado Professor Gustavo Dourado,
De igual inteligência a Paulo Freire e tão comprometido com a Educação, você Professor Gustavo pode fazer tal criação.
Parabéns! Sua obra será publicada na edição de janeiro/2008.
Um abraço de luz! " (20/10/2007)
Zeneide Silva, Editora Construir, Recife - Pernambuco
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"Poeta. Gustavo Dourado.
Eu tenho a maior admiração por você!
De vez em quando te formato, comento..
Comentei você no café literário, .
Acho-o um dos mais expressivos poetas desse novo tempo louco, em que vivemos.
Seus critérios de qualidade batem com os meus.
Você é exemplar!
Um beijo carinhoso." (02/10/2007)
Rosa Pena, Escritora/Professora - Rio de Janeiro
"Bem legal o cordel, Gustavo.
Grande abraço" (02/10/2007)
Ademir Assunção
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"Gustavo Dourado,
nunca tive o prazer de felicitá-lo pelo trabalho que exerce como cordelista. Tenho grande admiração pelo seu trabalho. Resgatando inúmeros personagens, inclusive de um cenário desconhecido para mim. Sempre que posso dou uma espiada em seu acervo.
Abração" (14/08/2007)
Diego Ramires Bittencourt
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"Li e reli seu texto em Cronópios.
O cordel sempre foi uma das fontes em que bebi e seu texto é altamente esclarecedor.
O Zé Limeira, de existência questionada, é meu predileto, via Orlando Tejo.
Obrigado e parabéns pelo seu trabalho." (14/08/2007)
Romério Rômulo
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"Cordel do Cinema:
Adorei este cordel! Parabéns pela criatividade e cultura!" (05/06/2007)
Maria do Socorro Cardoso Xavier
"Site de Gustavo Dourado no New York Web Directory

Caro Gustavo,
Adorei esta noticia!!!! Ela é fruto de sua competência, habilidade e de seu trabalho determinado como poeta de cordel que luta para que a poesia de cordel cada vez mais amplie seu espaço. Adoro seus cordéis porque você sabe com maestria elaborá-los, estou mais feliz ainda em saber que sua poesia esta galgando outros espaços. PARABÉNS!!!!!!!!!!!!!!!!" (21/04/2007)
Patrícia Araújo, Doutora em Letras - UFPB
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"AMEI a visita ao vosso site.
Levei 50 anos para descobrir as delícias da Língua Portuguesa e seus artigos foram motivadores.
Saudações." (28/05/2007)
Carlos Eduardo Silva, São Paulo
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"Caro amigo Gustavo!
Parabéns!!!
Adorei o CORDEL.
Fico mesmo impressionada com a sua capacidade de registrar tudo, não esqueceu de nada!
Foi ótimo me lembrar de Taguatinga, desde os meus tempos de menina, quando cheguei em Brasília, onde o primeiro lugar que morei foi na Vila Matias.
Então, você cita os clubes, os colégios, enfim até as lojas que freqüentei, antes dos ídos de 70.
Amei, voltar ao passado, por alguns instantes." (05/06/2007)
Meireluce Fernandes, Presidente do Sindicato dos Escritores do DF

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"Gustavo, ok, está ótimo, estou inserindo agora, confira daqui alguns minutos em destaque no NOTICIARIO GERAL do VF.
Pau nos pilantras" (02/02/2008)
Pepe Chaves, BeloHorizonte/Itaúna
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A poesia de Gustavo Dourado

Revista Eletrônica do Instituto de Humanidades ISSN 1678-3182
Volume V. Número XVII. Abril - Junho 2006


Prof.a Dra. Shirley de Souza Gomes Carreira- Editora


Há algum tempo tive a oportunidade de conhecer um escritor radicado em Brasília que tem sido visto como um dos expoentes do cordel contemporâneo: o cordel em meio virtual.
A mais nova faceta do cordel permite que os versos voem longe, além dos barbantes de outrora, pairando sobre terras distantes. Assim, fui apresentada à poesia de Gustavo Dourado, visitando sites de poesia na internet. Baiano de Recife dos Cardosos - Ibititá (região de Irecê)/Chapada Diamantina/Baixo Médio Rio São Francisco, Gustavo Dourado (Amargedom) viveu na Bahia durante 15 anos. Em Brasília há 30 anos, tem participado ativamente dos movimentos políticos, ecológicos, cineclubistas, populares, sociais e culturais.

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"APRECIO EM GUSTAVO DOURADO, ALÉM DO RITMO IMPECÁVEL DE SEUS CORDÉIS, A CAPACIDADE DE ESCREVER VÁRIOS GÊNEROS DE FORMA SIMPLES E POPULAR, SOFISTICADA E SINGULAR." (15/12/2007)
Clevane Pessoa de Araújo Lopes,
Diretora Regional do INBRASCI em Belo Horizonte, MG
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"O grande poeta e amigo Gustavo Dourado, que se transformou num cordelista de primeira grandeza, homenageou Castro Alves no dia de seu nascimento, 14 de março (de 1947), com um lindíssimo e biográfico cordel". (23/03/2007)
Rômulo Marinho, escritor
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"Bem completo o site do poeta Gustavo Dourado.
www.gustavodourado.com.br
Além de seus belos textos e poemas,
Dourado abre espaço para outros escritores.
Sempre atualizado e dinâmico.
Sua poesia é forte e de marketing.
Parabéns! Sucesso e paz. ". (20/01/2007)
Andrey do Amaral
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Gustavo Dourado:
Grato pela transmissão de seus belos poemas, alguns dos quais temos reproduzido no portal da Fundação Astrojildo Pereira. Continue produzindo sempre, com a sensibilidade e a qualidade dos seus versos e dos temas abordados." (29/12/2007)
Jornalista Francisco Inácio de Almeida, Direto Administrativo da Fundação Astrojildo Pereira
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Tema: Cordel para Vladimir Carvalho

"Meu caro Gustavo você é um craque no Cordel e na vida também, gostei muito da homenagem cordelista feita ao nosso amgio Vladimir Carvalho, ele, uma alma sábia e simples, certamente ficou encantado com sua maestria." (15/12/2007)
Miguel Jorge
Escritor e jornalista.
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Cordeli@... A Poética Cordeliana de Gustavo Dourado

A princípio, um nome de mulher para o e-book de Gustavo Dourado.
Mas, afinal, quem é Cordeli@? Sua musa virtual?
Não...Com título sedutor, o poeta apresenta seus cordéis.
Que responsabilidade essa, de comentar a obra de um dos mais brilhantes e criativos poetas da atualidade!
A legitimidade dessa modalidade poética pode ser medida através da análise das mensagens que o autor deixa transparecer.
Poeta completo, tem estilo próprio até mesmo nos cordéis. Louvável insight de procurar manter vivo o cordel, tão divulgado no nordeste brasileiro, levando-o para todos os rincões do Brasil e do mundo. Focaliza tanto os temas urbanos como os rurais.

"Siruiz bem gateado
Cavalga fenomenal
Galopeia pela vida
Com ares de maioral
Cavalo bom é difícil:
É cavalo magistral"
(Cordel do Grande Ser: Tao)

A tradição do cordel por aqui, começa em meados do século XVIII. Os fazendeiros contratavam cantadores para as festas. Eles adaptavam contos e romances medievais à realidade local. Embarcaram nesse bonde: Mário de Andrade, José Américo de Almeida, Luís da Câmara Cascudo, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Cora Coralina, Orígenes Lessa, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Dias Gomes, Ariano Suassuna e tantos outros.
A literatura de cordel, como quase tudo que vem da cultura popular, costuma ser discriminada, mas é impossível negar sua função sócio-cultural. Foi e continua sendo uma das formas mais autênticas de comunicação. Os gestores de nossa política cultural e educacional e todos que propagam o saber, deveriam divulgá-la mais.
Gustavo Dourado aborda temas sociais em: Homens Caranguejos, Cordel da Fome, Cordel dos Sem-Terra.

"Está na hora de mudar
Repartir melhor a renda
Com aluno bem nutrido
Qualidade na merenda
Espero chegar ao dia
Que a fome seja lenda"
(Está na hora de mudar)

Em Golpe de Mestre, Des...governo, Império da Corrupção, a temática é política.

" O que fazem os políticos
Além de mamar no erário?!
Detonam a aposentadoria
Dinamitam o salário
E os gringos se apossam
De nosso solo milionário"
(A Amazônia é do Brasil?)

A música, a literatura e artes em geral são temas presentes em: Neruda, Mestre Machado do Morro do Livramento, Manuel Bandeira do Brasil, Cruz e Sousa, Quintana, Ferreira Gullar, Van Gogh, Rimbaud, Pixinguinha etc. São exaltados grandes escritores, fatos e ideologias, ampliando o universo cultural do leitor.

"Abolição pela metade
Pois faltou a estrutura
Negro sem alimento
Mal herdou a sepultura
Sem casa...Favelizou-se
Na pobreza que perdura..."
(Cordel a Lima Barreto)

Aflora o Gustavo Dourado educador em: Mistérios da Linguagem, Cordel dos Neologismos, Cordel-Memorial da Educação Brasiliense, Os desafios da pluralidade cultural no mundo da Globalização, Mistérios da Língua Portuguesa...

"Foi um grande educador
Mestre e entusiasta
Luminoso professor..."
(Cordel a Anisio Teixeira)

Nesse segundo livro virtual, as palavras do poeta rolam pelo texto, dinâmicas, rompendo estruturas, provocando rupturas. Ele o faz com arte, com cuidado especial com a uniformização ortográfica, com leveza, com primor nas rimas, na beleza rítmica e sonora...

"Raul Mestre - Trovator
Arte.Som da Cons ciência
Astro.logus da Eternideidade
Filo sophos de Multividência:
Ressu cite Ra ul Sei xas
Acabe a triste de cadência..."
(Cordelume a Raul Seixas)

Faz mágica com as palavras, sua matéria-prima. Elas são trabalhadas artesanalmente, estabelecendo relações novas, criando e recriando.

"Vestido...Em Favor da Paz:
Apelo a Meus Dessemelhantes...
Prece do Mineiro no Rio:
Lição de Coisas distantes...
Discurso de Primavera:
Chave de BHelôrisontes..."
( Chave de BHlôrisontes)

Sua linguagem flui fácil e a criatividade chega às últimas conseqüências, aguçando inteligências e instigando emoções.

"Desconfio que ela veio
Pra acabar com o tesão
Torturar o ser humano
Conter a Revolução
Sem orgasmo e com fome
Adeus quinta dimensão"
(Cordel da Castração)

Esse é o poeta Gustavo Dourado...Essa é sua magnífica obra.
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"Caro amigo Gustavo Dourado
Seu cordel sobre minha humílima pessoa é fabuloso. Cresci por conta de sua generosa imaginação. Me senti imensamente contemplado com seu gesto e com sua arte de moderno bardo sertanejo e cosmopolita que muito me emocionou e sensibilizou. Queria dizer-lhe que é meu intuito tratar, logo me veja livre de compromissos inadiáveis para o próximo ano de 2008, de realizar a publicação do seu cordel em pequeno livro que poderá sair pela minha Fundação Cinememória. . Não sei se você ,sabe mas sou dado à arte da xilogravura e já comecei a afiar as ferramentas para fazer o meu próprio retrato para figurar na capa. Para as páginas de dentro já tenho prontas ( desde faz alguns anos ) xilos do País de São Saruê, Pedra da Riqueza e A Bolandeira, filmes de minha lavra nordestina. Pode sair uma plaquete muito interessante, eu mesmo me encarregando ( faço questão ) do projeto gráfico e da diagramação. Você vai ficar feliz, tenho certeza! Era o que tinha para lhe dizer antes de saudá-lo e a sua família nesta véspera de Natal. Que o festeje da forma mais satisfatória, com muita saúde, paz e tranquilidade. Que Deus o conserve sempre talentoso e empreendedor como sempre tem sido. Abraço natalino e fraternal do seu admirador," (29/12/2007)
Vladimir Carvalho
Grande mestre do Cinema Brasileiro.
Um dos pais do Cinema Novo e gênio do documentário.
Tema: Cordel do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

"Parabéns, meu querido Gustavo
Você merece as demonstrações de verdadeira admiração, seja ele Cacá Diegues ou uma simples mas verdadeira admiradora.
Parabéns!!! Sempre!" (26/11/2007)
Vânia Diniz

"Todo elogio ou prêmio é sempre um beijo na boca, uma gratificante prova de amor. Mas o poema em cordel sobre o Festival de Brasília, criado por Gustavo Dourado, é mais do que isso - trata-se de uma celebração, a consagração do Cinema Brasileiro como objeto de seu amor. Todos nós, ausentes e presentes, de Paulo Emílio ao mais jovem cineasta do país, ficamos lhe devendo a certeza que ele nos dá de que vale à pena fazer o que fazemos. No fundo, é para isso mesmo que o fazemos, para sermos compreendidos e amados" (26/11/2007)
Cacá Diegues. Um dos maiores cineastas do Brasil. Um dos pais do Cinema Novo. Parceiro de Glauber Rocha na Sétima Arte.