quarta-feira, 10 de outubro de 2007
CLESI E ALDRAVA
Aldravista entusuasmada com a causa da criança, Andréia Donadon, descreve abaixo, como aconteceu o salão Infantil na Feira do Livro de Ipatinga.
Acompanham-na o Diretor do jornal Aldrava, premiado poeta Gabriel Bicalho; o autor de Jenopapo, JS Ferreira,e ,com eles, a Relações Públicas de Clube de escritores de Ipatinga, CLESI.
Noutra, foto, ao lado da artista e poeta,o marido, JB Donadon Leal, Doutor em semiologia e professor da UFOP,também Poeta.
Os quatro estão frequentemente, a levar arte e poesia às escolas de Mariana.
Parceria Clesi/Aldrava no 2º Salão do Livro de Ipatinga
Na foto maior:Cida Pinho, Jorofa, J. S. Ferreira, Gabriel Bicalho, Andreia Donadon Leal e J. B. Donadon-Leal
Fotos:**Gabriel Bicalho, Marilda Lyra (Produtora do CLESI), Andreia Donadon Leal e J. S. Ferreira
**Palhaços , para a alegria da criançada.
E GIROU O MUNDO!!!!!!!
Duas estrelas soltas
pelo pé da leitura: Clesi & Aldrava
Texto de Andreia Donadon Leal - Déia Leal
Membro do Jornal Aldrava Cultural
Governadora do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais - MG
"Uma noite poética: céu claro iluminado pelas estrelas; cenário perfeito para programação de lançamentos dos livros da Série Giro-Lê. E que gire o mundo poético na cidade de Ipatinga, das artes das palavras unidas pelo colorido das artes desenhadas nas páginas dos livros. Imagin/ação, gosto, criatividade das crianças estimuladas pelos lápis de cores nas mesas pequenas e bancos dispostos no estande. Muitas participaram deste momento mágico, primordial para a convivência no mundo da leitura. Interação entre autor & pequenos leitores estimulada pelas brincadeiras dos palhaços.
A proposta do Clube dos Escritores de Ipatinga não poderia ser melhor e abençoadas crianças, adultos e passantes que prestigiaram o evento. Sem dúvida, o 2° Salão do Livro foi magnífico e o CLESI e o ALDRAVA cumpriram e fecharam com chave de ouro os lançamentos dos livros da Série Giro-Lê. O Estande apresentou trabalhos de escritores que contaram, inventaram e escreveram histórias com o dom de transformar palavras em arte para crianças de 0 a 90 ou 100 anos de idade.
Incentivar o hábito de leitura; apoiar a produção, difusão e distribuição de autores regionais é participar da construção e melhoria da cultura e da educação em nosso país.
E girou o mundo! Girou o mundo mágico das letras e das artes na cidade encantada no estande do Clesi!"
Entre os pequeninos
Na página anterior, publiquei o texto de Andréia Donadon, de Mariana, MG,Brasil,sobre poesia na escola.
Trago agora, uma de suas fotos ,onde fala de arte e poesia com criancinhas...Belo trabalho!
O porquê
"Deixai vir as mim as criancinhas, pois delas é o reino dos Céus"...
Cristo, psicólogo e professor, bem sabia o que dizia.
Ao abrir espaço para a palavra pura e a expressão simbólica
que todas as crinaçs já trazem dentro de si,ao nascer,
sinalizava porque é possível a alquimia,
porque se pode "ouvir estrelas"e burilar pedras,
porque é possível a reivenção do Cosmos...
Clevane Pessoa, para Deia Leal(Andréia Donadon)
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Deia Leal,
Entre os pequeninos
Andréia Donadon Leal:"Como Trabalhar Poesia em Sala de Aula?"
Omagens;Andréia com alunos, os poetas J.Sebastião Ferreira, (sentado, primeiro plano), JbDonadon, em pé e ,depois, Gabriel Bicalho, todos aldravistas(pertencentes ao Aldravismo, Movimento Artístico Literário da cidade primaz de Mg, Mariana, onde residem).
10/10/2007 16h33
Execelente texto de Andréia Donadon Leal:"Como Trabalhar Poesia em Sala de Aula?"
Imagem:Andréia Donadon Leal e as crianças, em Mariana,Minas Gerais, Brasil, sempre a lhes mostrar o mundo das artes e da poesia...
O convincente nesse texto, é a que Andréia sempre atua ao experimentar ,não apenas fala de forma empírica,inova ao criar e reinventa o que já havia...
As crianças e adolescentes, lucram...
(Clevane)
COMO TRABALHAR POESIA EM SALA DE AULA?
Andréia Donadon Leal
Graduada em Letras pela UFOP
O trabalho de professores com poesia torna-se muitas vezes uma interrogação ou uma tarefa árdua. Como devo trabalhar com poesia na sala de aula? Recorrentes questionamentos de educadores das séries iniciais e finais do Ensino Fundamental. O que dizer da poesia produzida para crianças? A visão de mundo veiculada pela poesia por poetas do passado, de modo geral, tendia a favor dos pais, mestres e adultos, enquanto que, na modernidade, essa visão muda muito. É possível falar das asperezas da vida e do convívio, o ilogismo aparece suscitar o questionamento das aparências, e o cômico se funda sobre o inesperado e rebelde.
A poesia para crianças define-se como a que a criança também lê e aprecia, não sendo uma poesia menor. A poesia contemporânea de qualidade tem caminhado no sentido de desfazer clichês, as metáforas cristalizadas, o simbolismo hermético, para resultar a palavra; ou seja, os propósitos pedagógicos cedem lugar ao pensamento poético esteticamente comprometido com a arte. As obras poéticas de nossos grandes escritores, cito Cecília Meireles e Henriqueta Lisboa, como as mais indicadas poesias para a infância, justamente pelo fato de não escreverem especificamente para crianças; respeito à infância, oferecendo-lhe a possibilidade de combinar sons e imagens, satisfazendo seu gosto pela criatividade, experimentação lingüística e reelaboração do real.
Infelizmente para muitas crianças, o primeiro e último contato com a poesia é na escola. Fica a cargo do professor a tarefa de criar o gosto ou desgosto pela poesia. Há educadores que privilegiam o tempo em sala de aula com ensino de gramática, ensinando a medir as sílabas, grifar os substantivos do poema e a circular os verbos, etc. Agir assim pode limitar a imaginação criadora dos alunos ou enfraquecê-la, em vez de estimular a capacidade de criar. Nas séries iniciais a teorização é dispensável, pois torna o trabalho desestimulante, cansativo e esconde o sentido mais belo da poesia. A criança tem capacidade para viver poeticamente, independente da condição social, o conhecimento e o mundo. Cabe à escola criar situações para incentivar a criatividade, intuição e o ludismo do discente, de modo a despertar-lhe a sensibilidade poética.
Hoje não é somente necessário apresentar textos de qualidade, mas somar outros elementos a essa aproximação, como o entusiasmo do professor ou mediador. O conhecimento da terminologia técnica é dispensável nas primeiras séries do ensino fundamental, sendo mais importante o exercício de dizer e ouvir poemas e de participar com o poeta na identificação do seu material poético. Poemas com onomatopéias, aliterações, compassos curtos, repetições de vocábulos e rimas são excelentes para alunos da série inicial de alfabetização. Ao repetir versos, aliterações e sonoridades, a criança realiza suas primeiras aproximações com a poesia. A primeira fase de seu contato com a poesia é a do domínio das sonoridades. Para crianças menores o melhor é lidar com textos poéticos que privilegiam a sensibilização e a vivência do texto. A iniciação ao texto poético deve começar desde cedo, para que esse gosto, uma vez instalado, seja passado para a adolescência e idade adulta. Os leitores iniciantes apreciam poemas como trava-língua, jogos de sons e palavras ou pelo elemento representado como animais, folclore, pessoas queridas, objetos inusitados.
Sem pompas e exageros, a poesia deve ser antes de tudo, lida, ouvida, cantada, sentida, degustada e vivenciada. Atividades que privilegiam o ato de ouvir e ler poemas com vários ritmos, melodias e entonações é um excelente começo.Criança menor poderá ser oferecido livros poéticos com textos menos densos e com imagem visual para facilitar a leitura. O assunto ilustração no livro tem sido bastante questionado nos últimos anos segundo Neusa Sorrenti, em A Poesia vai à Escola. A imagem não se restringe à função de traduzir o texto; ela ilumina novas percepções de leitura. As ilustrações não devem tomar o texto ao pé da letra e sim que os desenhos sejam somados ao texto por meio do diálogo texto/ilustrador. A ilustração deixaria de ser um mero ornamento gráfico para ser um fator de ampliação do elenco de significação do texto. Vejo inúmeras ilustrações em livros infantis quererem “desenhar” o texto inteiro, ou seja, o ilustrador quer contar a história toda no desenho. Ledo engano e postura inaceitável. A poesia pode dispensar esse apoio, e quando ele existir, deve ser um algo a mais, guiado pela qualidade do conteúdo, pois o livro cairia na estratégia publicitária de criar belas embalagens para produto de gosto duvidoso.
O trabalho com textos poéticos curtos deixa com que o leitor complete-os com sua experiência e individualidade. A sonoridade das palavras para crianças tem similar sentido como seu sentido. Arranjos de palavras levarão o leitor a perceber a musicalidade e a sonoridade e com isto o professor poderá aproveitar e recorrer a exercícios que levam a recriar/ e ou inventar outras palavras. Textos que recorrem a sons repetidos também causam atrativos jogos de sonoridade, sobretudo quando incentivado o leitor a ler em voz alta, marcando a cadência batendo palmas. Poemas curtos apresentam estímulo ao pensamento. Outra sugestão: trabalhe também com livros de poetas locais. Posteriormente convide-os para participarem de um Sarau e entrevista com alunos. Quando a instituição consegue inserir no ambiente escolar a presença de poetas e artistas, este recurso funciona como uma nova peça na construção de um ensino mais eficiente e concreto, incentivando ainda mais o gosto e prazer pela leitura e consequentemente pela poesia.
Hoje os tempos são outros e cada um escolhe as letras para emendar seu texto... Nada melhor que citar o poeta Camões que sabiamente versejou há muito tempo:
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades...”
Andreia Donadon Leal
Publicado originalmente no Recanto das Letras em 09/10/2007(www.recantodasletras.com.br)
Código do texto: T687850
E,abaixo, o pertinente comentáruio do Professor Aécio Sebastião de Souza:
Comentários
10/10/2007 13h28 - Aécio Sebastião de Souza
Sobre seu texto, considero-o excente! Andréia, na minha modesta opinião não segredo: tudo que é feito com seriedade, profissionalismo e dedicação, é sucesso e retorno garantido! Infelizmente muitos \'profissionais\'não agem assim em sala de aula! O resultado está aí! O analfabetismo funcional se alastra como uma praga. Pobre desse país, sorte dos políticos! Jamais serão incomodados! Sempre que pego um livro infantil observo e: questão das gravuras.Acho pertinente quando você diz que tem ilustrador que acha que tem que mostrar tudo, como se isso fosse possível!!! Importante é permitir que a criança \'solte\' sua imaginação!Por isso mesmo observo e descarto o livro de imediato, é a questão dos textos. Há frases que não se concluem ou não se completam nesses livrinhos infantis, tornando os textos incompreensíveis para uma criança, sem sentido mesmo. Por isso não suporto vendedor de livro em porta de escola! (risos) Vender é o que importa, embora, na maioria das vezes, não se saiba nem o que está vendendo! Também acho que não é o meio do programa de esporte ou do futebol que a rede globo (com minúscula mesmo, esse câncer da democracia brasileira), com suas chamadas piegas, irá \'conscientizar\' alguém de importância: leitura! Ridículo! Aí durante toda a grade ela incentiva outras coisas. Bem não vamos discutir isso agora! Parabéns pelo texto, sua produção intelectual e cultural está cada vez mais profícua! Beijos, Professor Aécio Sebastião de Souza.
Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 10/10/2007 às 16h33 também em http://www.clevanepessoanet/blog.php
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