domingo, 13 de abril de 2008

Loren

25/06/2007 13h15
Marcelo Dolabela:"Loren Ipsus"
A imagem ao lado é de um dos livros de Marcelo Dolabela, cito nessa crônica/release.



Venho de reler "Lorem Ipsus , trazido pelo meu filho contrabaixista Allez pessoa, que muito admira o autor, Marcelo Dolabela,mineiro.Trata-se do segundo volume -já em sétima edição , de sua tetralogia Minimemória (*).



A capa ,verde, de bom gosto ,é um projeto de Glória Campos e Clô Paoliello.
Na contracapa, o poeta diz não haver ali reunido nem "os melhores, nem os mais siginificativos poemas" escritos em três décadas."Reli-me", é seu confiteor do que chama ser "auto-editor", tarefa a que se propôe, certamente se reencontrando e em processo poético de ecmnésia, algo que sempre exerceu sobre mim , um deslumbramento, a partir das aulas em meu curso de Psicologia; a pessoa vê flashs de si e seu existir,quando está quase à morte.Aqui, na filosofia indiana, qual Shiva, a destruir para construir :fases de poesia que se vão , mas deixam folhas ao solo para que possam acontecer todos os ciclos de alimento, refecundação, eclodir de sementes, renascimento do reflorestar-se.Assim , o poeta, herdeiro de si próprio, bebe-se , retroalimenta-se e é.Sua essência, a mesma.Mas novos verdes e espécies surgirão de sua terra, enquanto propícia à inspiração.Marcelo Dolabela, ao meu olhar, é autofecundante.

Quando Alessandro era um músico adolescente, comprei para presenteá-lo o "ABZ do Rock Brasileiro", livro publicado em 1987,quando morávamos em Belém , no
Pará.Eu viera a Belo horizonte e achei interessante a pesquisa, a capa.Esse livro sempre andou pela estante de meu filho e os amigos músicos pesquisavam nomes a dar em suas novas bandas, já existiam.Ali.

Retornamos a Minas em 1990, mas não me envolvi muito com meios literários, o que fizera intensamente nos Anos 60/70, quando morava em Juiz de Fora.Psicóloga do ex-INAMPS, fui lotada no HJK (Hospital Júlia Kubitscheck), onde entreguei a alma ao programa de Atenção Integral ao Adolescente,que eu desenvolvera em S.Luiz,no Maranhão e depois em Belém.Faltava tempo, embora eu escrevesse em todas as brechas.Ah,isso lembra o nome "Lorem Ipsus", aquilo que se escreve continuamente,em publicidade, preencehendo o que será, ou seja , os espaços em branco mais tarde tomados pela criação definitiva.Acho esse título, um achado, pois a ars publicitária é muito similar à poesia, numa espécie de poética urbana onde a cor e a forma, usadas como atrativo,fazem mix com a palavra - essa, às vezes sutil ou aletoriamente, despreocupadamente filada aos autores literários , mas também sob o uso de citações ;quem não se lembra da antiga propaganda de caneta onde a caligrafia de Drummond era mostrada ("Amor, o perdido/deixa confundido /esse coração/Nada pode o olvido/contra o sem sentido/apelo do não/As coisas tangíveis/tornmam-se insensíveis /á palma da mão/Mas as coisas findas/ muito mais que lindas/essas, ficarão")? .Eu era mocinha quando li esses versos e os decorei, pois a rima em "ão", humildemente usada pelo grande poeta, cola-se à memória facilmente.
No Brasil, caiu em desuso fazer alunos decorarem e dizerem poesia,uma pena.

Bem, vocês , mais de noventa mil que vêm lendo esse blog, terão visto que Marcelo Dolabela é um dos co-autores de DEZFACES, revista literária que anda acontecendo aqui na capital mineira, assim qual o Camilo Lara.

Um dia lerei e comentarei a tetralogia desse prolífero e aurífero autor:tudo publicado, tudo degustado.Um dia...

Agora, vou ater-me, depois de atar-me a ele, ao Lorem Ipsis.

O livro é dividido em "Toda Limalha',"Terradevastadense","Família Monstro",Filia de Fobia",Luta Armada',"Tangerina","Alergia'"Rock Around", Pólvora digital, e depois ainda, um "Suplemento à 5a edição + Alguns Poemas".

Aos comentários sobre seus textos, chama de "Desfortuna Crítica', quem mandou o ouro de suas opiniões, entenda.

Na primeira parte, em Samba de Vanguarda, pede a bênção, ele, "radical do traço",conforme se auto-intitula,um "poeta e dadámídia, o pop mais dadá de beagá, /na linha direta de Rimbaud"(...), a uma plêiade de outros nomes de tirar fôlego- e que traduz a elasticidade da dimensão de seu conehcimento, ele que costura/descostura versos a a partir das mitolias universais e usa a run-way da modernidade milenar, para apresentar sua verve.

Em todo o livro, às vezes pressente-se ou sabe-se a sair do inferno, talvez não o dantesco, mas o pessoal.E dele ,"sem algo sem sal sem pão", ou seja, na fome contínua da forma e da beleza,talvez da completude amorosa, é que entra e sai das chamas.Novamente, aí, qual Shiva, mas quando as cinzas esfriam , é Phoenix - e ele que me perdoe por essa imagem tão usada, ele que é singular dos dentes ao sabre da personalidade de bardo.



Há sonetos de cunho e cunha moderna.Sem rimas, e tão fortes e belos, que deveriam ser cartões de colecionador.Quando um deles não se possuísse, fosse preciso sair para trocar, comprar, conseguir.

Há às vezes um lirismo mesclado ao simbolismo, mas não intencional;apenas lira a en/cantar os lupus do tempo a uivar para uma lua de conhaque, pelo menos, cor de.Acorde, cordis:

"Teu corpo sem nome se desloca na paisagem
segue sem beleza na cornucópia do silêncio
sem beleza na amorfa essência
sem beleza na sisudez do existente."(...)

Qaundo Lila Miccolis esteve aqui, dia 18/06, na feira do livro, ele foi um dos autores que o entrevistador,Régis, convidou para elaborar perguntas à "Pequena Notável".Em determinada resposta, ela confessa que gosta muito de Poesia Visual.Marcelo também é criador de poesia visual.

E transpõe, para a última página desse livro do qual falarei em comboio -até chegar ao carro-chefe -qual carregador em dia de mudança a transportar cuidadosamente a peça mais delicada ,esse achado :

"primeira poesia do ano
escrever
com a borracha"

Sabedoria pura, que somente a maturidade revelaria.Mas também humildade em meio à grandeza.A metáfora da borracha faz um paralelelismo implícito com a metonímia dessa chave de ouro...


N:E conclui o volume a falar de sua maxivida, à qual chama "Minivida"...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Poeta Honoris Causa ,para oito países Lusófonos, pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa.

Top Secret




Foto de Alex Quadrinhos, de minha participação no evento organizado por Dayanne Timóteo Poesia Abraça a Música.Teatro Chico nunes, 2006,Belo Horizonte, MG-Brasil

clevane pessoa de araújo lopes escreveu:

Visite Blocos e leia os demais Poetas que fazem parte da antologia virtual " Saciedade dos Poetas Vivos":


http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/obrasdigitais/saciedigpv/05/cpessoa01.php

SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 5

CLEVANE PESSOA - Clevane Pessoa de Araújo Lopes é nordestina, de S. José de Mipibu/RN, radicada em Minas Gerais. Ilustradora, consultora de teatro, psicóloga, oficineira e palestrista. Desenvolveu o PPP (Projeto Poesia no Pano). Quatro livros de poesia editados: "Sombras feitas de Luz" , "Asas de Água" (ambos pela Plurarts Ed.), "A Indiazinha e o Natal" (Edições Haruko) e "Partes de Mim" (R&S Gráfica e Ed.). Em 2007, "Mulheres de Sal, Água e Afins" (Ed. Urbana, RJ) , contos, primeiro de uma trilogia. Participa de cerca de 60 antologias, possui 19 e-books. Poeta Honoris Causa pelo Conjunto da Obra Poética de 50 anos, outorgada pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa, que contempla os oito Países Lusófonos. Cônsul Z-C de Poetas del Mundo, em Belo Horizonte, e representante do Movimento Cultural aBrace (Brasil-Uruguai). Co-autora, nos capítulos de sexualidade e homossexualidade do adolescente, do compêndio "Adolescência, Aspectos Clínicos e Psicossociais" - Ed. ArteMed, POA/RS. Gravou 48h. de oficinas para o projeto "Saúde, Vida, Alegria" (Kellog-CECIP/RJ), de Claudius Ceccon e Evelyn Eisenstein, criando as dinâmicas de grupo específicas para adolescência, constantes dos manuais do projeto. Militou na imprensa de Juiz de Fora nos Anos de Chumbo (Gazeta Comercial e jornal Urgente). Na capital mineira, foi homenageada pela Assembléia Legislativa devido aos relevantes serviços prestados a comunidades carentes no HJK, onde criou e coordenou a Casa da Criança e do Adolescente. Indicada para receber a Medalha do Colar de Mérito da Câmara Municipal de Belo Horizonte, em cerimônia marcada para dezembro de 2007.
Blogs: http://www.clevanepessoa.net/blog.php
http://clevanedeasas.blogspot.com/
Contatos: clevaneplopes@gmail.com
Página individual de poesia em Blocos Online
Página individual de prosa em Blocos Online

Poemas da autora na antologia:
Top secret

Da paciência

Haicais da madrugada fria

(Na calçada,......)

Homem & mulher

Intuito de Salomé




Um deles:


Top Secret

Na noite pesada, o corpo espera a aranha na ponta do braço tecer sua arma/d/ ilha ,
ilhada no retângulo da c/ama recamada da madrepérola que arma o sono.
ilha ilha
Espero, na penumbra, sem luzes acesas, suponho o sonho.
Armo cada seio, em devaneio de via láctea.
Cerca-me de teu húmus,
Acerca-me com teu hálito,
Umedece-me as entranhas
Com doces humores/licores.
orquídea: lábios, clitóris.
Cores pont/ ilha/m
E
U colo:
Eritema amoroso
Prova de orgasmo
Sagro-te o soma.
Sangro-te a pele,
Pincelas, revelas, caravelas desenham roteiros
E me espraio em ti...
E a noite pesada torna-se absolutamente leve
pela artimanha da aranha, feiticeira breve.



Clevane Pessoa

A Céu Aberto



O texto de Romeu prisco, deu origem a outros...Assim é quando autores se sensibilzam por uma causa ...
Clevane
Republico:


MORADORES DE RUA

Romeu Prisco


Este texto vem a propósito de recente e abominável fato, representado pelo cruel, brutal e covarde assassinato de moradores de rua, ocorrido na cidade de São Paulo. Tanto sofrimento, como se já não bastasse aquele de ter de viver nas condições subumanas em que vivem, ou em que viveram.

Como não poderia deixar de ser, o crime chamou a atenção de autoridades municipais, estaduais e federais, bem como de entidades e comissões de defesa dos direitos humanos. Afora o fato em si, abominável, como já disse, também não deixa de chamar a atenção a tardia e demagógica preocupação de políticos e de pastorais.

O que tais políticos, que agora estão exigindo rigorosas investigações, apurações e punições, fizeram para, se não acabar, pelo menos para minimizar o problema dos moradores de rua ? Recolheram-nos ? Determinaram freqüentes triagens, para saber quem é mesmo carente e quem é simplesmente marginal, a fim de encaminhá-los para as respectivas instituições ? A resposta é: pouquíssimo ou nada. Via de regra, tais moradores de rua são solenemente ignorados durante o dia e a noite.

E as pastorais, ligadas a entidades religiosas ? Ah, estas sim fizeram ! Quem circular pelo centro de São Paulo, na região das praças da Sé e João Mendes, poderá constatar facilmente o que acabo de dizer. Há algum tempo não me dirigia àquela região. Na última vez que o fiz, fui surpreendido pelas novas grades de ferro colocadas em torno da catedral.

Não bastassem a grades que já existiam nos vãos da arquitetura voltada para rua, as novas avançaram pelo passeio público, reduzindo consideravelmente a área destinada à circulação de pedestres, afora o prejuízo causado à estética local. Aliás, o passeio público não foi utilizado só para a colocação da cerca, como também para a construção de rampas de acesso e saída do templo.

Com isso, não só os indesejáveis, mas, principalmente os moradores de rua, são mantidos à distância da casa de Deus. O dinheiro gasto, desnecessariamente, com a realização das indigitadas obras no mesmo e em outros templos desta cidade, bem que poderia ser aplicado na assistência social aos moradores de rua, no lugar de mantê-los cada vez mais isolados da proteção divina.

Por esses e outros motivos, não me parece justo que, agora, pretenda se atribuir o problema também à sociedade. Os cidadãos de bem que, cobertos de razão, quiserem estabelecer sistemas de segurança, para se protegerem da violência e da bandidagem existentes em São Paulo, com a construção de lombadas no leito carroçável, colocação de guaritas no passeio público e, em alguns casos, com o fechamento de ruas de trânsito apenas dos seus moradores, encontram imediata e severa objeção dos poderes constituídos. Obviamente, não estou falando, aqui, dos templos e nem dos bairros nobres, de residências de alto padrão.

Quem reside em bairros de classe média, em modestas vilas, na periferia e que paga regularmente os seus impostos para receber segurança, sabe bem o que estou dizendo. Nem eles e nem os moradores de rua gozam dos mesmos privilégios, permitidos às pastorais e às classes mais abastadas.

Romeu Prisco
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Um grito a céu aberto

Schyrlei Pinheiro



A covardia nos espreita,sem hora ou localdeterminado.
Tantos projetos elaborados
e ninguém faz, ou vê nada,
e quem devia fazer, ou ver, cala-se.A brutalidade brota e corre solta.completamente livre,no mundo,
acumulando lixo de crueldade.A palavra mágica, só aparece em época de eleições.Os vampiros mascaram-se de anjos e a ambição arregala seus olhos. Finalmente, a céu aberto, um eco cobra das autoridades, dignidade; mostram, orgulhosos, uma sub-condição humana, gerenciada pela incapacidade do poder público. Comícios, aplausos, um show carnavalesco do sistema abominável, em troca de mais votos.
Chega de demagogia!
Quero o veto à suja investigação, que só apura, mas, não pune. Este é um grito, a céu aberto, em pról do cidadão marginalizado, que vive sem teto, sem emprego, implorando caridade. Pobre desgraçado, perdeu tudo; não restou-lhe, sequer, dignidade; pés no chão, roupas rasgadas, corpo sujo, alma nua, dorme ao léu, sobre noticias de classes privilegiadas e sonham, sem lenço, sem documentos, sem lar, sem família, sem pão, e, o pior ,em época de eleições, sem o titulo de eleitor. Religiosos caridosos, atiram, de longe, suas moedas, fazendo o sinal da cruz. Políticos, passam distante, rumo aos salões atapetados, prontos para discursar nas tribunas o destino das verbas arrecadadas.
Votos? eles os querem, para vetarem projetos básicos, em pról do sórdido prazer de afrontar a miséria; a prioridade política é esvaziar os cofres públicos, deixando de herança as faltas, sejam de emprego, saúde,moradia e justiça. Afinal de contas, eles não correm riscos; sabem que sobram paciência, fé e patriotismo do povo, extremamente patético, que aposta em sonhos errados, cedendo mordomia à malicia, engolindo, amordaçado, a lágrima da desonra nacional.
Escutem os gritos, vindos da sarjeta, e perguntem a sí próprios de quem é a culpa

Schyrlei Pinheiro

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Resposta também em versos e uma consideração

Leio esse texto de Romeu Prisco , esse texto de Schirley Pinheiro e minha alma de Poeta, rompe-se, qual um dique...Assim , qual se diz que um açude, no Nordeste, sangra águas, ou que a árvores , após a queimada, rebenhta em floração plena,pois há muito, incomoda-me essa situação situação dos que moram na rua e dormem ao relento,sanglço e floresço em versos vermelhos, cujo olor pungente dev eria atingir os donos do poder :

Pessoas "a céu aberto"

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Pessoas "a céu aberto"
não têm para onde voltar
no fim do dia:
apenas estendem papelões
e se deitam a tiritar, a suar,chorar
ou para dormir com fome.
Suprema humilhação, essa
a de não ter um lar...
Mas em vez de comoverem os demais
que possuem meios de ter higiene,
conforto, alimento, abrigo,lazer,
costumam provocar ações criminosas,covardes,
que ferem os mais simples direitos humanos...A barbárie coexiste
com a hipocrisia da civilidade
imposta, que não nasce do coração...
Com a cueldade insensata
dos que se sentem incomodados
porque sua cidade
está infestada
de homens-baratas,
vivendo em bueiros,sarjetas,
calçadas imundas...
Com os homens-pardais,
adaptados a sobreviver de lixo
e de restos...
Com os homens-ratos
a transmitir doenças e vícios...
Mas não fazem nada para minimizar
a miséria dessa nova espécie de pessoas...
Pessoas?Bichos que os outros homens caçam para exterminar a vergonha
de serem absolutamente fracos
-fracos demais para tecerem
a menor das relações de ajuda,
até para sorrir ou olhar
para mãos trêmulas, olhos-olheiras,
sujas orelhas e bocas desdentadas,
rotos trapos...
Bem sob o deslumbramento do céu
magnificamente azul,
os míseros são massacrados
para responder à sanha
dos assassinos
e ao non-sense dos alucinados,
dos racistas,
dos inconseqüentes,
dos insensatos e dos cruéis...
E ninguém parece
querer fazer nadanadanada...

(Para todos aqueles que também sentem...)
clevane pessoa de araújo lopes

Belo Horizonte, MG, Brasil

VOTOS-Clevane




Foto:eu,num clic de Graça Campos, artista e poeta, no domingo de Páscoa (2008), no lindo jardim de sua casa.

VOTOS
Clevane Pessoa de Araújo Lopes


Que tuas asas de Poesia
escrevam nos azuis dos céus
todos os sinais infinitesimais
que somente aos poetas
e aos que erguem os olhos
é dado conhecer...

Que tuas asas não rasguem
o tecido azul nem as brancas nuvens,
mas bordem mensagens
a ser decodificadas
por todos que são suficientemente simples
para se encantar com a beleza pura...

Que o frêmito de tuas asas seja ouvido
por todos que têm ouvido sensível
e inspire compositores
quando escrevem suas músicas,
façam adormecer as criancinhas,
os insones, os idosos, os solitários...
Que tua Palavra em hieróglifos de luz
que os naturais podem entender,
e seu som inaudível
para os maus e os insensatos
mas dulcíssimo
para os que têm a alma- esponja
preencha espaços vazios...
Que seja sempre ouvida,
compreendida,
aprendida, apreendida...

Belo Horizonte,31/12/2004,
manhã de sol, pássaros cantando...