sábado, 19 de janeiro de 2008

Trovas minhas,antigas e tela de Graça campos







A professora e artista plástica, poetisa Graça Campos, sogra de meu filho Gabriel(na foto, dançando com ela, na passagem de ano 07/08), tem uma caderno antigo, de recortes colados.
Pois não é que encontrou minhas trovas , de séculos antes dela me conhecer?Nesta semana, enviou-me a foto, que aqui posto.
Adorei, claro.Essas trovas estão na antologia clássica, de Aparício Fernandes, "Trovadores do Brasil"

É dela a tela, "Caminho do Sítio!"

Amar, Amamentar




Primeiro, é interessante que vejam essa animação, acessando o link abaixo:

http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/corrente_page.htm

E agora, leiam algo que escrevi em 2006 (logo depois, publicamos o e-book feito pelo Baçan (Vila das Artes), com trovas e alguns poememtos sobre Amar, Amamentar.

Primeiro vínculo afetivo-sexual


*Ao pretexto de um link (veja no rodapé)) para a animação do Laboratório de Desenhos, o leite materno.../Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Amigos, quando houve, em 2006, em Porto Alegre, uma conscientização para a importância da amamentação, no Encontro conhecido como ENAM(Encontro Nacional sobre Amamentação) a trovadora Carmen Pio, que no programa "A Hora da Trova", foi solicitada a enviar trovas no tema. Atendendo a seu apelo, pedi que os trovadores me enviassem as suas, novas ou antigas- que estou postando em meu blog (Meu Diário)

( www.clevane.net.com).

Enviei algumas. Transcrevo aqui, a primeira, escrita nos anos 70, a segunda, agora- de diametral de enfoque oposto, Recebi várias, confiram no blog (*). As minhas citas:

Estranho, amargo absinto,
essa miséria num lar:
a mãe que ao filho faminto
nem seu leite tem pra dar...

>>>***<<<
Quando é mãe, toda mulher
-e não se pode negar:
soma a tudo que mais quer
o prazer de amamentar...

Quando passo nas ruas desta cidade onde moro, Belo Horizonte, e nas ruas de cidades por onde passei, o quadro da mãe que amamenta em público, é sempre gritante, terrível ou belo. Sujas umas, sentadas na calçada, párias sociais, têm coladas ao peito, boquinhas vorazes. Limpas outras, arranjando um cantinho para saciar a fome e a sede de seus rebentos.
Mas a poética social eclode e me constrange, confrange, coaduna à situação. Mulher, mãe, já senti de perto o prazer, a beleza de ver o filho se alimentar através de mamas repletas de precioso líquido. Profissional, participei de seminários, campanhas, grupos educativos, momentos lindos, ouvi depoimentos...

Quando trabalhava com o médico pediatra, boliviano naturalizado brasileiro, Waldo Vergara Rojas, no PEP (PlanoEspecial de pediatria),pintei para ele um quadro onde uma famíla retirante segue sob o sol inclemente, e a mulher tem o filho moribundo, agarrado ao peito, onde das mamas pendentes nada escorre-e há linhas, marcas das unhas pequenas em desespero pelo não haver...

Houve uma época em que na maternidade, as mães recebiam latas de leite em pó, enviadas graciosamente pelos grandes trustes americanos de firmas enfronhadas no Brasil. E já ao sair para casa, a amamentação estava relegada ao Não, as mamadeiras ensinadas a substituir vitaminas naturral antibióticos, proteção, afeto...
Apresentaram o fantasma dos "seios"(linda palavra poética mas que, em anatomia, significa depressões, ocos-como os"seios da face") caídos, o mito da perda da beleza feminina pela amamentação...

Depois, o povo acordou e o governo brasileiro, umas instituições e pessoas muito bem intencionadas, começaram a reensinar o valor do leito materno, da importãncia do colostro, que aumenta naturalmente as resistências dos pequenos seres... O colostro, líquido rico e grosso, parece a resina de certas árvores... Noções de higienização, de psicologia, foram acrescentadas... No Maranhão, eu trabalhava em S.Luiz, quando estava o representante do ministério da saúde visitando uma URE (Unidade de Referência em Adolescência,)e uma das assistentes sociais fazia práticas educativas com um jovem casal. Veio à porta receber o ilustre visitante, mas pediu licença quase imediatamente, sorriu e disparou:
"_Desculpe não poder ficar mais tempo conversando, mas estou atendendo um casalzinho com seu bebê- e para nós, família ainda é o melhor remédio."

O médico do Depto de adolescência do MS ficou impressionadíssimo com uma sala onde as mães aprendiam tudo sobre alimentação. Na parede, dezenas de fotos de bebês fortíssimos e belos. talvez nenhum com os rostinhos no padrão dos anúncios americanos, que herdamos, crianças louras de olhos claros, mas carinhas pardas, indígenas, mulatas, negras e muitos branquinhos, pois em nosso país, a miscigenação é grande. Olhos de todas as cores. E almas incolores, como todas as almas...
Também notável a sala de estimulação precoce, onde crianças com deficiências quaisquer, como os DA (deficientes auditivos), estavam com as mães, a receber cuidados das especialistas. Crianças que não conseguem sugar, quais as que nascem com lábio leporino (com fenda palatal, com fendas labiais),as que nascem prematuras, sindômicas ou não, as portadoras de Síndrome de Down e muitas outras, não precisam ficar sem leite materno: há bombinhas coletoras, o leite pode ser armazenado, para alimentar adeqüadamente as criaturinhas com "néctar" das criadoras...
Estimulou-se a criação de bancos de leite- de 80 em diante, os trabalhos comunitários, as agentes de saúde, tudo vem promovendo esse retorno ao sagrado ministério do amamentar...
A função primordial das mamas, volta á pauta. "Seios" não são apenas para estimilação erótica, para símbolo de beleza feminina. São reservatório de saúde para a geração que se inicia nesse sagrado mister...
Os resultados- além de uma espécie de vocação que muitas mulheres, sejam mães meninas ou não, têm ,quase atavicamente, de promover a vida, a qualidade de vida, amamentando, estão afinal, despontando no cenário nacional.

Dá-me uma alegria gigantesca, saber de vínculos renovados assim. Noutro dia, uma jovem mãe, a doce Chuva, me confidenciava, depois de amamentar sua Mariah, menininha corada e alegre, de um ano- que jamais ficou doente- que adora fazê-lo. Apraz-me ver essa nova geração, já consciente da significância da amamentação. Além da mortalidade na infância ser reduzida, até poder desaparecer por desnutrição, o brotar da afetividade, começa nesse vínculo materno infantil. A boca é nosso primeira zona erógena e o prazer natural começa quando mamamos. Negado esse prazer, muito mais tarde, apresentam resistência ao afeto, frieza sexual e vários outros distúrbios. Muitos marmanjos olham-me espantados, quando, ao narrar situações conjugais ou sexuais, lhes pergunto: "Você foi amamentado?" Então, lhes explico o que estou querendo dizer.

Hoje abri o jornal eletrônico "Ano Hum", de João Abreu e encontrei um link do laboratório de desenho, com uma animação muitíssimo pertinente à sociedade do brasileiro em relação à amamentação. O momento é atualíssimo.. Clique e confira.
Não vou comentar, para não estragar o impacto, mas não deixe de abrir...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes


Belo Horizonte, MG, Brasil
Direção Regional do InBrasCi em Belo Horizonte, MG

( * )Mais tarde, o sempre solidário Lourivaldo Perez Baçan ( Vila das Artes) , fez um belo e-book, com todas as trovas coletadas e textos de Carmen Pio, Terezinha de Lisieux e meu prefácio.Quando enviei a encoemenda, ele disse que não cobraria, por reconhecer a utilidade pública.


Vou solicitar ao Baçan o devido link para esse lindo e-book e enviarei para vocês.





http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/corrente_page.htm

KILANDUKILU





Para o Kilandukilu, estes meus versos:

Divertir-se, Compartir-se na Dança.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes


Sem conhecer as raízes, menos somos
que poderíamos ser:
na alegria das sementes,
a origem das almas
de muitas cores irmanadas,,
flores de pétalas variadas,
nossas peles.
As almas absolutamente, in/colores
Os corações, similares motores
o sangue sempre em tons de rubi.
Nas diferenças, absoluta/mente
iguais em nossa humana condição.
O divertimento,
alegria universal, é sentimento
de absoluta comunhão.
E pés no chão a dançar,
olhos de luz a brilhar,
mesmo em plena escuridão.
O ritmo, num frenesi,
seja lá ou seja aqui,
é que nos permite voar...

(Para o grupo de dança Kilandukilu,de Angola)





Do site desse grupo de dança(espalhafactus.no.sapo.pt/musicas/kilandukilu.html), as explicações da terminologia:



Kilandukilu – Palavra pertencente à lingua nacional angolana Kimbundu, que significa divertimento.
Kilandukilu – É um grupo de dança tradicional angolana criado a 19 anos, num dos bairros da província de Luanda, isto é no bairro Maculusso.
Fundado a 15 de Março de 1984, tem inicialmente a designação de Grupo experimental de dança tradicional Kilandukilu, que com a sua evolução quer a nível de dança, como estrutural, passou apenas a designar-se como Ballet Tradicional Kilandukilu.

Kilandukilu
Ballet tradicional de Angola

Estilo: Ballet Tradicional Africano


"Apresentação

Fundado a 15 de Mar�o de 1984, tem inicialmente a designa��o de Grupo experimental de dan�a tradicional Kilandukilu, que com a sua evolu��o quer a n�vel de dan�a, como estrutural, passou apenas a designar-se como Ballet Tradicional Kilandukilu. O grupo tem como objectivo desenvolver uma valoriza��o e constante da cultura tradicional angolana em particular e de uma forma geral a cultura africana, nas suas v�rias vertentes."

Do Universo de RUFO




>> ÍNDICE
19/01/2008 10h47
O Universo de Rufo
Crônica de Sábado

Clevane Pessoa


O artista Luiz Carlos RUFO é multifacetado.Para o resultado final de suas criações, fractais se aglomeram , dissociam-se, agitam-se,.Caleidoscópio permanete movimento, esse meu novo amigo.

De nossas conversas pelo Gmail instantâneos, saem produtos e subprodutos interessantes.

Por exemplo, ele dizer-me, na sua filosofia de pesar o status quo
:
(...)"Às vezes, é legal brincar assim com ícones da massa ignóbil"(...)

E eu poemetar noutro ponto, a falar me meu luto:

"Andei léguas de pranto contido/depois do pranto derramado/,o pranto lavado/"(...)

E esse poemeto, de per si, que ele solta no box, de repente:

"Os dedos são sempre escravos modorrentos do dom"

Falamos de andar.Ele mostra-me, da melhor forma possível, o que andar e monologar consigo mesmo ,faz.Falamos de lugar para ser.estúdio(está com um novo).Eu pondero, e enquanto conversamos, escrevo na agenda à minha frente:
Locus:lugar de ser,pensar,criar,crer,padecer,sonhar,amar.
Locus para tudo...
Mas está dentro de nós os muitos locus,as muitas máscaras e faces.

1. Enquanto transcrevo, lembro-me que a grande Poetisa e aquarelista belorizontina Neuza Ladeira está com "Quarto de Dormir, Quarto de Pensar", no prelo.E quem trabalha o parto é o editor e poeta João de Abreu Borges, da Urbana e do Ano Um , sobejamente conhecido, também responsável por meu "Mulheres de Sal, Água e Afins".Enquanto esse vem à luz, aguardo , com ansiedade o fantástico "Os Comedores de Sonho",dela que prefaciei, onde as alegorias e metáforas sobre as torturas que sofreu, mocinha ainda, à época da Ditadura Militar, resultam numa explosão de POIESIS.

Ela está ainda em "Poietisas",que Marco Llobus ,poeta e Presidente da Rede Catitu, e eu estamos fazendo.

Bem , ainda das anotações feitas em nas breves mas consistentes conversas com Rufo, , esses versos ricos em sua simplicidade,que ele me mostra, de seu escrínio:

"Cri-cri,meditamos,
cri.
Creriam que fossem profundos"(...)

Bom fazer amigos.Amigos são, mas tambémsão feitos, um "cadinho" a cada pedaço do caminhar a dois.Mesmo á distência e virtualmente.

O artista e escritor Rufo, paulista com estadias e moradias em Minas Gerais simultâneas, algo assim de pássaro e papilonáceo tem o olhar múltiplo daqueles irremediavelmente capturados nas malhas da beleza.
Mantém uns blogs sempre renovados de cores, luz e sombras , seus trabalhos, suas palavras, que vale a pena visitar.
Agora, ando pegando uma mania boa, eu que vícios não tenho (café?Talvez):sair em passeio, como quem vai á esquina, ao parque, ao jardim e navegar um pouco pos suas águas.
E ele revela-me que, andanças a somar, chegou àconclusão de que ao homem, bastam duas sardinhas.Eu lhe conto que vi seu trabalho em vermelho, sobre sardinhas.Hoje, vou caminhar com minhas asas leves até um de seus sites e encontro mais fotos e palavras no tama..Sardinhas.O homem precisa mesmo de pouco, para ser feliz e criativo.

Um das coisas interessantes é seu gostar por árvores.Qual Regina Mello,Poeta e presidente do MUNAP, que mantém em Belo Horizonte, a GALERIA da ÀRVORE- para fotografá-la para o POETISAS< Marco e eu a fizemos subir na mangueira doCentro Cultural Terra Verde, onde ela se enroscou, Kundalini despertada, num galho forte.Fotos de Llobus magníficas.

Deixo os endereços, visite-os.

E eu fecho a crônica sabadina,com uma de suas belezas, anotadas por mim em nossos convers/ares:

Dar forma para as coisas.
Que Deus não dispões de tempo.
Temos de ser fiéis aos primórdios
e criamos(...)

(RUFO)

Bem , com a confiança de que não vai puxar minhas orelhinhas, vou a seu blog e capto(rapto?) a beleza da página de ontem.Onde há sardinhas .e seu intérprete.Naveguem e vejam muito mais.

Clevane Pessoa de Araújo, manhã dourada, calorzinho belorizontino, abafado.Suor perola-me a testa.

Divulgação:
Diretoria regional do inBrasCi em Belo Horizonte, MG

Do blog do artista:




"RUFO

...não que me lembre exatamente deles assim e assim.
Sexta-feira, Janeiro 18, 2008
"Auto-retrato com Sardinha"
"suite sardinha" - serigrafia - 300x370 - 01/050 - jan 2008
Luiz Carlos Rufo

Imagens dos trabalhos artísticos de RUFO no tema "Sardinha",
posted by Luiz Carlos Rufo at Sexta-feira, Janeiro 18, 2008 0 comments links to this post FONTE:


http://luizcarlosrufo.blogspot.com


Clevane Pessoa
Diretora Regional do InBrasCi em Belo Horizonte, MG
Poeta del Mundo, Delegada De "A Palavra do Século XXI"(ALPAS XXI), por MG e bahia.

Publicado originalmente por clevane pessoa de araújo lopes em http://www.clevanepessoa.net/blog.php
19/01/2008 às 10h47
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