Clevane Pessoa deAraújo Lopes
Belo Horizonte,Minas Gerais, Brasil
Herança da Mama África
No ritmo da Conga,latinhas na canela,
nas evoluções da capoeira,
a beleza pungente que espiraliza a arte negra.
Um pé na África,outro no novo Continente...
Para não deixar de treinar as lutas,
fingem que dançam
na leveza animal das savanas,soul ancestral,
feiticeiros guardadores dos segredos dos mundos...
Cor de pantera nigra,olhos de aves perscrutadoras,
beleza de leões e garra de leoas.
rapidez de impalas,corças,cheetas,
danças e vestes coloridas de pássaros emplumadas
a quem cortaram asas,
relembrados nos turbantes,nas batas,nas cangas...
E o samba,esse ritmo
que em em lentíssima alquimia se formou,
soltas as nádegas, as pélvis,
multiplicados os pés e os braços,
canções entoou...
Impossível ouvir, sem mexer o esqueleto,
as carnes ,o coração,
a respiração...
Acepipes para os brancos,
manga com leite faz mal, mas o negro não se apertou:
inventa das comidas antigas,
comilanças parecidas,
na criatividade do ter muito tendo pouco...
O espírito altivo, na forja da punjança se amoldou.
E nada atinge o pensamento guerreiro.
Mas o melhor disso tudo, não obstante,apesar de,
dos gemidos de dor e dos gemidos do prazer,
uma raça nova brotou,
com partes dos africanos,
outras dos portugueses,dos índios
e de quem mais que viesse
pensando tê-los tomado.
Dessa raça fortíssima,
vergonhosamente escravizada,
o mulato se formou,
um negro novo apareceu,
com mil tons em sua pele:
marrom,pardo, chocolate,sapoti,
mas jamais, de fato domado,
o homem negro ficou.
E assim ,graças à beleza da forma pura,
a sedução dos homens e das mulheres
o Brasil se miscigenou.
E hoje, há brancos
que fazem tudo para serem negros,
mostrando as gotas de sangue e de leite
afro
que trouxeram em seus traços...
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
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