quinta-feira, 17 de abril de 2008
Clevane escreve o Poema Vermelho para "O Flautista de Todas As Fátimas"
"Clevane Pessoa de Araújo"
Clevane escreve o
Poema Vermelho
para "O Flautista de Todas As Fátimas"
pintura de de Luiz Carlos Rufo
Sangrassem, as rosas, o sangue teria perfume vermelho.
Na composição biopoética do sangue das rosas,
con/vivem células de caroços de romãs,
místicos e condutores de crenças;
Mórulas de amoras sensuais;
Amores de maças do paraíso.
Penas de Lóris branca, manchada no peito;
Morangos saboroso sem champagne;
Clamores de combatente sem campos de batalha pela Paz.
Suor sangrento de porfíria incompreensível e letal.
Mancha de virgem em lençol de linho.
Safra de raríssimo vinho;
Menstruação, de/flor/ação, nascimento.
Batom onde a cera de abelhas convida ao mel.
Tons de lábios grandes e pequenos.
Labaredas: salamandras elementais do fogo, a desenhar em rubro, linguetas de linguagens poderosas.
Aromático sangue de rosas: licor dos deuses, a representar a essencial mais sutil da arte:o milagre da criação humana.
Belo Horizonte, Minas Gerais,Brasil em 16/02/2007, poema sobreposto aos dois versos inciais, escritos em minha adolescência- em homenagem à tela "O Flautista de Todas as Fátimas" de RUFO.
O flautista, o artista a reinventar um flautista. As fátimas do imaginário se expandem pela rubra cor que caracteriza o Universo feminino biológico: o vermelho. O sangue. Donde ela nasce,donde ela é, se faz mulher, na menarca ("ficou mocinha", explicam as outras: já pode procriar), o milagre da multiplicação, o milagre da parição. O "sangue do meu sangue": fruto que afiança a linhagem. A flauta abre em leque seu som de pastoreio e doçura. Aparece uma das Fátimas e flutua, chagalmente, na chaga do céu. Tons carmin. A filha do artista, obra de carne, mulher, fotógrafa, os fotografa, aparece para registrar a obra paterna. As amigas aparecem, Fátimas tantas, e manifestos brotam, testemunhos de testemunhas verazes. E a tela espanta, na cardinalidade, nos tons e sobretons carmináceos. Penso em sangue de rosas (*) um dos versos de poema escrito com dor. E encantamento.Vou ao blog de Rufo e , sem poder lá estar, no seu locus de ser, pela telinha, delicio-me. O artista, LUIZ CARLOS RUFO (*) , em seu trabalho, carrega seu mundo espacial, seu universos de receptações, seu Cosmos particular. Aprende ao caminhar, ponderar, e ser. E apreende mas, na caminhada, a lição maior: repassar a essência artística. Presentear o olhar do outro, com as nuances de seu próprio olhar. Com o "O Fautista de Todas as Fátimas", Rufo faz com que o protagonista masculino, permita a aparição do elemento feminino: as fátimas, as que sobrevoam o Real. Mesmo um real cardeal, com caroços de romã, vinhos e uvas, amoras, amores, maçãs, morangos, sangue de rosas vermelhas, repito. Sentimos o aroma, do abstrato de seu estilo para a realidade do retrato universal da mulher. Um artista. Um flautista. Uma Fátima. As fátimas.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes - Diretora Regional do InBrasCi ( **) em Belo Horizonte, Minas Gerais.(**)Instituto Brasileiro de Artes Internacionais.(*) Luiz Carlos rufo, artista pláStico, escritor e poeta, leva uma vida generosamente artistica. Labuta todos os dias por essa necessidade de expressar a beleza. Tarefa das mais grandiosas, a meu ver. Escultor, pintor, quando escreve, usa parábolas , alegorias, flue qual o faz em seu Universos de tintas e técnicas e materiais. Uma pequena amostra, de seu belo "Onde e Quando", livro que venho de reler e continuo em estado de graça:
"A verdade que flutuo e que, na verdade, não ocupo um espaço fixo no ambiente"(...)"Influenciar, aplacar ou acolher não são atributos de minhas incumbências. Eu apenas espero. É o que de fato sei,e sei também que as mudanças virão e o que terei de fazer,chegará com a luz de meu saber."(Rufo)
"Adoro os pássaros, que estranhamente, assemelham-se a mim". (Rufo)
Ao ler "Onde e Quando", lembro-me da orquídea em plena floração, apoiada ao tronco secular e aparentemente grosseiro: onde uma, onde outro? Pode-se pensar, de longe que as flores são da árvore que resolve contribuir para a expansão da beleza. De perto, sabe-se da necessidade de um apoio que originou a possibilidade. E o aroma sensual é fruto da generosidade do tronco: a filosofia de vida do autor. As flores? Ah, são as palavras...Clevane
Posted by Luiz Carlos Rufo at Terça-feira, Fevereiro 19, 2008,em seu blog
http://luizcarlosrufo.blogspot.com/2008/02/o-flautista-de-todas-as-ftimas.html
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário