quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Esse Brasil de Contrastes




No Balneário de Camboriú, SC,jovem indígena guarani vende artesanato, cercada por
criancinhas.(Novembro de 2008-III Jogos Florais de Balneário de Camboriú)



Ah!Esse Brasil de Contrastes

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte/MG

De viajar pelos brasis desde a infância,
A acompanhar pai ou marido,
Planifiquei-me de luxuriante beleza
E senti pesar nos ombros da alma
O manto úmido da miséria...
De um lado, a natureza
Em glória de luz, água, solo fértil,
A riqueza do arvoredo
Em mil tons de verde
E madeiras maravilhosas
A fitoterapia das ervas, flores e frutos,
Canaviais, cafezais
E tantas culturas mais...
O cheiro natural, as tantas aves e animais,
Peixes e pedras, montanhas, falenas,
Barras, praias, lagos, corredeiras,
Cachoeiras, todas as águas minerais...
A arte de um povo miscigenado
E por isso mesmo, completo tornado...
Os escritores, os voluntários,
Os idealistas e cientistas,
Os ecologistas, os inventores...

De outro lado, a fome, a bala perdida,
A violência, o arrastão de gente,



Os trombadinhas, os traficantes, os viciados,
Os crimes dos colarinho branco, os mensalões
Entre tantos desconhecidos mensalinhos...
Trabalho e prostituição infantil,
Aborto clandestino, estupro,
Desemprego, desigualdade social,
Analfabetismo...

E tantos horrores mais, mas sobretudo,
A fome
A fome
A fome
A fome
A fome...

Ainda assim, num prato de veludo
Com garfos de criatividade,
Há um maná que o povo come:
A esperança que jamais se acaba,
A alegria que jamais termina...

Poema publicado no e-book "Meu país é este?"-Antologiaais de Balneário de Camboriú)

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