quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Fortuna Crítica



Foto: Eu e Maria Fortuna (Mariinha)Edição especial,ao luar, do Sementes de Poesia-MUNAP(Museu nacional da Poesia, dirigdo por Regina Mello).

Sobre meu segundo livro de poemas, escreveu-me Maria Fortuna,chargista,escritora:

Querida Clevane,

Seu livro é algo surpreendente! Não só evoca a sua infância e a mãe maravilhosa que se banhava com vc. nas àguas, quanto a mitologia grega é colococada para trazer a Beleza, irmã da nostalgia, emergindo na sua poetica construção de palavras e frases. Adorei o movimento que acontece com as letras das palavras como se tivessem realmente interagindo com a àgua.
"Similitudes " é uma obra prima! Eu senti o "caranguejo na àgua andando na areia rumo ao mar..." senti o mangue, as pedras, e vi os "olhos esbugalhados" com medo do "bicho homem"... E descobri que teu signo é meu signo ascendente. Aquele que ama a família.
Outra poesia que me chamou a atenção foi "Nordestina, em Minas." Sua mãe convidando os filhos para tomar banho de chuva, para a calçada ao luar a fim de contar histórias de Tancoso... as miniaturas de sucata q inventava, barquinhos de muitas dobradas de jornal na enxurrada... banho de tanque, e tudo o mais. Como lembrei a minha infancia.! Fiquei com um pouco de inveja de vc. pq apesar de tudo isto ter acontecido em minha casa nordestina, minha mãe era asmática e distante, não brincava com a gente assim. Mas as brincadeiras eram as mesmas. "Essa mãe diferente das demais que adorava flutuar em qualquer àgua fosse rio, mar, lagoa, açude ou cacheira... morreu em terra firme.. Seu corpo etéreo deve ter subido escalando os fios de prata da chuva sem saber sequer que tinha morrido..." Eu vejo dentro do seu olhar a nostalgia da perda desta formidável criatura que foi sua mãe, Clevane. E que coisa linda esta mulher "escalando fios de prata da chuva..."
Adorei "Água, fumaça.".. As palavras caindo como a própria cachoeira. Deu-me vontade de conhecer a Chapada Diamantina.
"Tempora/Mores" tb me encantou. A construção é de uma leveza e originalidade a toda prova! O Flash II é outro poema surpresa, e lembra a alma humana em sua agonia. Uma comparação feliz com o peixe q está agonizando preso ao anzol (o q sempre me matou de pena...) a vara que se arqueia e treme, "parece a batuta de um maestro..." extenção do braço do homem lembra o de/bater-se do espírito antes de deixar um corpo agonizante..." Este Flash dois para mim é uma pérola no meio do oceâno que vc. criou para deixar acontecer Asas de Água. "Fernando de Noronha - a enseada de lírios d'àgua, o caldeirão do mar..."
"Krystalloidés , "vejo o luar derramar cristal líquido sobre a lagoa serena..." Lindo! Kanthávos I , um poema tão pequenino e tão significativo. Novamente a comparando a magia da natureza com os acontecimentos da nossa alma. Todos os seus Kanthávos têm a haver com Alquimia. O Kanthávos IV destila o mel do "vaso de cintura e largos quadris qual fêmea dadivosa que esconde em si todas as àguas doces e salgadas..."
"Reminiscência" fala ao nosso coração de nossa origem... peixe, depois ave... Melhor caminho para o sonho, para o coração do poeta. "Entendimento" tinge o poema-àgua de muitas cores e sons. Então, além da originalidade da foma, vc. coloca cor e som na poesia.
Por fim a grande chamada - a preservação ecológica. Sem àgua ninguem vive. Eu fico muito triste com tudo q está acontecendo em nosso planeta azul, sabe Clevane?
Foi muito bom vc ter escrito este livro que, além de encantar as almas mais sensíveis, ainda rende um tributo à nossa Copasa.
Parabéns minha companheira de silenciosos cantos poéticos e, o q tudo indica, minha futura companheira de trabalho.
Um grande abraço
Mariinha

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