terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Portas, Porteira, Portais, aldravas...Aos aldravistas de Mariana ,MG-Clevane
Porta Nova em Casa Velha
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
para JB Donadon-Leal,
que coloca gênero novo em poiesis antiga: portas, portais, porteiras...
na madrugada de 15/09/2007
(Do novo livro em construção, Portas, Portais e Porteiras)
Porta & Aldrava
(Para Gabriel Bicalho, diretor do jornal Aldrava, que sabe bater à porta da Poiesis)
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
A Aldrava crava sons cravos na espess ura da porta.
Sons agudos, sons c avos na tessit ura da aorta
-a veia maior, a que acompanha a sonância
da sístole
da diástole
e mesmo da extra-sístole
-aquela a mais.
Ansiedade
de
desconhecer quem virá
atender
e
de que forma será tratado, destratado, esperado
ou expulso - seja anjo ou demo
pura demonstração
de que, monstro ou puto de igreja
nem sempre, por detrás da porta
esterá aquela pessoa que se deseja.
A porta é uma aorta
que conduz o medo do degredo
e a esperança sem limitações.
A aldrava é uma vaga espécie de sino
com muitas formas diversas.
Há quem bata de qualquer maneira.
Há quem tenha aprendido a bater
e acalmar a ansiedade.
E alguns sabem quando ir embora,
sem demora,
por pura precaução.
E muitos, fogem em diparada
por medo de assombração.
A aldrava, impávida, estática,
somente entra em ação
se a toca qualquer mão...
Enfrenta o tempo impassível
e não decodificável.
E per/dura, dura guardiã,
século após século.
na madrugada de 15/09/2007
(Da série, Portas e Portais)
Portas e Portais
(Para Déia Leal- Andréia Donadon Leal-cujos olhos de pintar e as mãos de vi/ver, sabem das diferenças)
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Nunca se sabe o há que atrás de uma porta,
se um príncipe encantado, se a Moura Torta,
se a vida continua ou se a Morte já entrou.
A expectativa faz o coração galopar,
corcel de ventania, salamandra de fogo,
-ser bem ou mal recebidos, que importa
se todos os dias, a soleira não se lava,
mas se for lavada, a mesma entrada será?
Atrás da porta, uma mesa posta, uma mala feita,
o falso carinho, a afeição genuína...
Bater, campainha ou aldrava,
com os nós dos dedos,avisar
da chegada, no momento preciso.
Chegar e abrir, um ato de coragem
desapercebido e necessário,
no cotidiano dos vivos, sinais...
Aos que partem para a outra dimensão, portais...
em 15/09/2007, Madrugada (1:45h)
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